Vítimas de acidentes de motos superlotam João Paulo II
Os dados são do setor de estatísticas do João Paulo II, onde técnicos fazem o monitoramento diário. O inchaço da frota de motocicletas é apontado por especialistas em trânsito como o maior vilão do SUS na maioria dos estados brasileiros.
Em Rondônia, para conscientizar condutores e motoristas, uma mega campanha com chamamento forte, foi lançada recentemente pelo governo. Peças publicitárias mostram pessoas reais, que sobreviveram a traumas e mutilações causados pela violência no trânsito.
O secretário estadual de Saúde Williames Pimentel classifica como altamente preocupante Rondônia aparecer em 9º lugar no ranking nacional de mortes por acidente de motocicletas. Nos últimos seis anos, acidentes com motos foram responsáveis pelo crescimento de 115% das internações hospitalares no SUS.
O mesmo estudo do Ministério da Saúde relata que a cada ano, cerca de 45 mil pessoas perdem a vida em acidentes de trânsito no Brasil. A violência envolvendo particularmente motociclistas está se tornando uma epidemia no País. Entre 2002 e 2012, esse número cresceu 128,4% no estado. No Brasil, o índice é de 6,3 mortes por 100 mil habitantes. Em Rondônia, foram 1.634 internações em 2014, representando um gasto de R$ 1,5 milhão.
No Estado de Rondônia foram 183 mortes em 2013. Esse número pode ter até triplicado, estima o Williames Pimentel, considerando o aumento significativo da frota de veículos em todos os municípios, em especial as motocicletas que têm maior procura no mercado.
CONFERÊNCIA GLOBAL
Williames Pimentel, secretário de Saúde, em visita a uma paciente
Williames Pimentel, secretário de Saúde, em visita a uma paciente
Em novembro, o Brasil sediará o 2º Road Safety, Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, com o objetivo de repactuar metas e traçar novas estratégias do governo e da sociedade para garantir a segurança da população e salvar milhões de vidas.
Uma constatação é feita por especialistas: a redução do número de atropelamentos e acidentes de carro e o aumento de acidentes de motos. A moto está substituindo a bicicleta e o cavalo, e também vem sendo utilizada como um instrumento de trabalho.
O Brasil registrou 4.292 mortes de motociclistas em 2003, número 280% menor do que o registrado 10 anos depois (12.040). Parte do aumento de acidentes envolvendo motos se deve ao crescimento vertiginoso da frota no País. Entre 2003 e 2013, o número de motocicletas aumentou 247,1%, enquanto a população teve um crescimento de 11%.
De 2008 a 2013, o número de internações devido a acidentes de transporte terrestre aumentou 72,4%. Considerando apenas os acidentes envolvendo motociclistas, o índice chega a 115%. Em 2013, o SUS registrou 170.805 internações por acidentes de trânsito e R$ 231 milhões foram gastos no atendimento às vítimas.
Desse total, 88.682 foram decorrentes de motos, o que gerou um custo ao SUS de R$ 114 milhões – crescimento de 170,8% em relação a 2008. Esse valor não inclui custos com reabilitação, medicação e o impacto em outras áreas da saúde.