Taxa de sindicalização cai a 11,2% no primeiro ano do governo Bolsonaro
Em 2018, um ano após a reforma trabalhista, 12,5% dos trabalhadores eram sindicalizados, segundo o IBGE
Em 2018, um ano após a reforma trabalhista, 12,5% dos trabalhadores eram sindicalizados, segundo o IBGE
O número de trabalhadores filiados a sindicatos registrou mais uma queda em 2019, primeiro ano do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), apontam dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira (26/8).
No ano passado, 11,2% da população ocupada do país era sindicalizada, o que equivale a 10,6 milhões de trabalhadores. O dado apresenta uma redução de 951 mil em relação a 2018, quando a taxa era de 12,5%.
Mais da metade dessa queda (531 mil pessoas) ocorreu no grupamento “administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde e serviços sociais”. Veja aqui a íntegra dos dados divulgados pelo IBGE.
Por sua vez, a taxa de sindicalização dos empregados no setor público caiu de 25,7% para 22,5%.
Isso significa que, apesar da reforma trabalhista de 2017, que derrubou a obrigatoriedade de contribuição sindical anual, ter seu foco nos trabalhadores celetistas, os resultados mostram que toda a organização sindical foi afetada.
“Num primeiro momento, as atividades com mais contratos celetistas tiveram maiores quedas em 2018, porém a perda nos recursos e capacidade de organização e mobilização das centrais sindicais pode, também, ter afetado o setor público”, explica a analista do IBGE Adriana Beringuy.
A pesquisadora acrescentou que outro fator que contribuiu para a realidade foram as aposentadorias. Beringuy destacou que durante a tramitação da reforma da Previdência, em 2019, vários servidores públicos resolveram adiantar seus pedidos.
“No primeiro semestre, houve mais pedidos de aposentadoria no setor público do que em todo o ano de 2018. Os servidores mais antigos costumam ser associados a sindicatos, e suas aposentadorias representaram uma queda na taxa de sindicalização”, diz.
Metrópoles
foto ilustrativa