Secretários da Casa Civil e da Sesau dificultam negociação com o Sintraer sobre gratificação
Ganhar tempo para evitar uma possível greve. Essa foi a estratégia utilizada pelo secretariado do Governo do Estado para postergar a paralisação dos servidores administrativos em decorrência da falta de política de valorização da categoria que possui os mais baixos salários do serviço público estadual.
A categoria aprovou na semana passada um indicativo de greve em todo o Estado forçando o Governo a convocar uma reunião técnica com a direção do Sintraer para fins de discussão o ajuste na Gratificação da Atividade Específica e Retroativo do Realinhamento. A reunião, no entanto, não deu em nada.
Segundo Mirtes Feitosa, o Governo não trouxe nenhuma proposta para a reunião e se limita a dizer que não tem condições de atender às reivindicações, sempre utilizando as mesmas desculpas: a de que o Estado não tem dinheiro e o que existe em caixa ainda precisa ser reforçado para o pagamento da folha salarial.
“Em todas as negociações o Governo sempre fala na criação de comissões. São comissões que não resolvem nada, até porque não tem poder para isso. Há anos essas comissões são utilizadas para dizer não aos sindicatos. Quase sempre nunca há uma resposta positiva sobre as pautas salariais”, comentou Mirtes.
Já o diretor Paulo Durand disse que há claramente uma política de privilégios salariais no serviço público rondoniense, em detrimento de outras categorias. Nos outros poderes as autoridades valorizam seus servidores, enquanto no Poder executivo, os nossos colegas são massacrados. E olha que o Poder executivo é o órgão arrecadador, ou seja, trabalhamos para arrecadar e atender a população.
Ele citou, por exemplo, os salários pagos aos servidores do Tribunal de Justiça, do Tribunal de Contas, do Ministério Público e da Assembleia Legislativa em comparação com os servidores do Poder Executivo.
“São categorias que possuem salários bem mais em conta, apesar de não trabalharem diretamente com a população como é o caso dos servidores do Poder Executivo, sobretudo os da Saúde, da Educação e da Segurança, onde inclui os servidores da área de apoio. São servidores da linha de frente, que atende diretamente a população, mas nem por isso têm bons salários, pelo contrario, são os piores salários do Estado.