Modern technology gives us many things.

Rio Madeira volta a subir e possibilidade de rompimento das barragens das usinas preocupa

O nível do rio Madeira, em Porto Velho, atingiu os 13,70 metros nesta segunda-feira (29), o maior neste ano. Se chegar aos 14 metros, a Defesa Civil Municipal entrará em estado de alerta e iniciará a retirada das famílias que estão em áreas de risco. Parte da população está preocupada com outra questão: a possibilidade de que as barragens das usinas de Santo Antônio e Jirau não suportem a pressão da água e se rompam, como aconteceu Mariana (MG).

O deputado Léo Moraes (PTB) alertou diversas vezes para esse risco, antes do recesso na Assembleia Legislativa, pedindo apoio da imprensa para divulgação de matérias encaminhadas por sua assessoria de comunicação. O parlamentar citava constantemente a declaração do doutor em biologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Philip Fearnside, sobre a probabilidade de rompimento das barragens.

Philip Fearnside, pesquisador de renome internacional, explicou tecnicamente em uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Amazonas que as barragens das usinas do Madeira não foram construídas para suportar um volume de água tão grande. Ele esclareceu que os estudos para a execução da obra foram feitos com base nas cheias que aconteciam há dez anos. Com a mudança do clima, as enchentes estão maiores.

Léo Moraes chegou a marcar uma audiência pública para que Philip Fearnside explicasse a situação. Seria no plenário da Assembleia Legislativa de Rondônia, o que acabou não acontecendo. O deputado explicou que estava viajando e perdeu o voo de volta para Porto Velho, por isso a audiência não ocorreu. Seu gabinete se negou a fornecer à imprensa o número do telefone do pesquisador e a informar em qual hotel ele estava hospedado.

O Ministério Público Federal em Rondônia cobra da Santo Antônio Energia um plano de segurança, alertando que em caso de acidente os trabalhadores teriam pouca ou nenhuma chance de sobreviver. O MPF passou a dar mais atenção à situação das usinas do Madeira após o acidente com a barragem na cidade de Mariana.

Em Minas Gerais, as mortes aconteceram porque houve rompimento na barragem depois de modificações nos projetos dos reservatórios, em relação aos anteriormente apresentados. Na Usina de Santo Antônio também houve alteração no projeto original, sem a apresentação de novos estudos de impacto ambiental.

Recentemente, a procuradora do MPF em Rondônia, Gisele Bleggi Cunha, disse esperar que em seis meses a Santo Antônio Energia apresente o plano de segurança da barragem. A empresa, no entanto, alega que só pode apresentar o documento em 2017. Até lá haverá mais uma cheia do rio Madeira.

Enquanto isso, funcionários da Defesa Civil Municipal percorrem os distritos de Porto Velho e comunidades ribeirinhas, recadastrando famílias impactadas pela enchente de 2014 e distribuindo água mineral, colchões, mosquiteiros e kits de limpeza e higiene pessoal.

 

Relacionado
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.