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Procura por vagas faz ala psquiátrica do Hospital de Base receber pacientes além da capacidade

A ala de pacientes com problemas psiquiátricos do Hospital de Base, em Porto Velho, comporta 50 internos, mas como é o único centro de internação especializado no estado tem sempre alguns pacientes a mais. Nesta semana por exemplo, são 55 internos. O diretor geral do HB, Nilson Cardoso Paniágua, explica que o número excedente não é regra, mas que “o hospital vai sempre acolher o paciente com doença mental e oferecer o melhor que tiver, porque não há outro lugar para tratamento”.

A coordenadora da ala psiquiátrica, Simone de Jesus Machado, reforçou que a quantidade de pacientes é sazonal. “Assim como temos 55 hoje, daqui a uma ou duas semanas podemos voltar ao número normal, que são 50 pacientes”, disse, citando que há 10 anos a clínica psiquiátrica cuida de um autista, enquanto 10 pacientes com transtornos mentais em várias escalas são rejeitados pela família e outros cinco são residentes, uma vez que não há registro de familiares. “Só aí são 16 vagas fixas e ocupadas continuamente”, apontou.

Para cuidar de todos os internos, a clínica conta com 46 profissionais, que se revezam em plantões. São médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, psicólogos, terapeutas ocupacionais, entre outros profissionais, além de alguns estagiários. A contratação de mais profissionais para a área da saúde, inclusive com a lotação de servidores na psiquiatria, é uma das expectativas da direção do HB para que haja melhoria na ala.

De acordo com o diretor, Nilson Paniágua, ainda neste ano a ala deverá ser ampliada. “Já temos um início de obras. Na psiquiatria existe espaço para convivência dos internos, refeitório e um gramado, onde, como crianças, alguns pacientes brincam. Além da terapia interna, alguns são levados periodicamente ao Centro de Atenção Psicomotora (Caps), em especial à unidade Madeira-Mamoré”, relatou Simone Machado.

Ocupar os internos com atividades de oficina também tem sido um dos métodos utilizados na psiquiatria. Há duas semanas por exemplo, eles confeccionaram ovos de páscoa com a ajuda de uma entidade de apoio social que fez a doação do chocolate. As rodas de conversa também têm sido usadas, envolvendo a presença de profissionais e pacientes, voluntariamente.

Como são pessoas que, de modo geral, vivem outra realidade, nem sempre é possível manter os internos em camas forradas com lençóis. “Faz parte da própria doença que muitos escolham deitar-se no chão ou arranque os lençóis das camas”, explicou o diretor.

Ainda segundo ele, às vezes é necessário evitar os forros pela tendência suicida causada pela própria deficiência. “Pacientes agitados às vezes precisam ser contidos, e sempre que isso é feito é de acordo com as normas da saúde e com supervisão de profissionais da enfermagem”, esclareceu Simone.

Segundo Simone, é necessário vigilância e atenção em todo tempo para evitar qualquer tipo de descontrole. O acesso ao local só é permitido mediante autorização; e aos familiares em dias de visitação. “Esse é um trabalho difícil, diria até bastante difícil, mas muito necessário”, afirmou a enfermeira.


Fonte
Texto: Alice Thomaz

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