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Preços dos combustíveis e passagens aéreas fora da realidade em Rondônia

Políticos da esfera federal e órgãos fiscalizadores devem agir com celeridade para conter os abusos

Políticos da esfera federal e órgãos fiscalizadores devem agir com celeridade para conter os abusos

Por Waldir Costa / Rondoniadinamica

Apesar de ser um estado em franca evolução, com uma economia forte e crescente, Rondônia não tem a merecida contrapartida na melhoria de todos os segmentos. Um dos problemas é a falta de celeridade dos nossos órgãos fiscalizadores, como o Procon, o Ministério Público (MP) e, principalmente, os políticos em nível federal (senadores e deputados).

Neste ano, Rondônia enfrentou enorme impacto econômico, financeiro e social devido à longa estiagem, que deixou o Rio Madeira, responsável pela ligação entre Porto Velho e Manaus, com a navegação comprometida por meses. Durante a noite, ela foi completamente impedida, e, durante o dia, apenas embarcações com cargas mínimas podiam navegar, levando quase uma semana a mais para cumprir o trecho entre as duas capitais.

Durante esse período de estiagem, as balsas transportadoras de combustíveis (gasolina e diesel) provenientes da destilaria de Manaus enfrentaram dificuldades para navegar. Mesmo operando apenas durante o dia e com carga mínima, os postos distribuidores aproveitaram a situação para aumentar os preços. Em outubro, antes da alta, o litro custava, em média, R$ 6,88. Agora, está em torno de R$ 7,28, representando um aumento médio de R$ 0,40 por litro, inclusive no etanol!

A cartelização dos preços dos combustíveis em Porto Velho é uma triste realidade. A diferença no preço do litro entre os postos é de poucos centavos, o que evidencia a prática criminosa. Entretanto, apenas os nossos “zelosos” órgãos fiscalizadores parecem não constatar essa irregularidade.

Outro ponto que merece intervenção — talvez do Ministério Público — é a atuação do Procon, que funciona mais como um cabide de empregos. Todos sabem que ele existe, mas poucos sabem a que serve. Por que a cartelização persiste? A desculpa de que a seca do Madeira elevou os preços da gasolina e do diesel, que chegam de Manaus, não convence. Afinal, o etanol, proveniente do Mato Grosso, também teve seu preço majorado. Por quê?

Desde o início da semana, a navegação no Madeira retomou a normalidade, pois o rio já apresenta nível acima dos 6 metros. Contudo, não se nota nenhuma movimentação para que os preços retornem aos valores anteriores à pandemia.

A cobrança aos órgãos fiscalizadores é necessária, mas o que fazem os nossos políticos da esfera federal para acabar com a cartelização dos preços dos combustíveis? A resposta é: nada.

Rondônia tem três senadores. Dois deles (Marcos Rogério e Jaime Bagattoli, ambos do PL) parecem mais preocupados com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O terceiro, Confúcio Moura (MDB), é um fiel escudeiro do presidente Lula da Silva (PT). E o povo? Que se lixe…

Nenhum deles, nem os oito deputados federais, se manifestou sobre a cartelização explícita dos preços dos combustíveis. Pouco ou nada também foi feito sobre o abuso das companhias aéreas (Azul, TAM e Gol), que tratam Rondônia como se o estado fosse o último na fila do pão.

Viajar de avião de Rondônia para outros estados é uma missão quase impossível, mesmo para quem pode pagar os preços absurdos cobrados pelas empresas. Além disso, é preciso disputar vagas em voos escassos, quase todos na madrugada. A insuficiência de voos não atende à demanda. Um bilhete de Porto Velho para o Nordeste custa em torno de R$ 5 mil, enquanto, partindo de Cuiabá, não chega a R$ 2 mil.

Com o final do ano, prefeitos, vices e vereadores eleitos e reeleitos assumirão seus mandatos em janeiro próximo. A expectativa é que Léo Moraes, prefeito eleito de Porto Velho, que já foi vereador, deputado estadual e federal, e Affonso Cândido (PL), eleito prefeito de Ji-Paraná, pressionem a bancada federal para que os voos no estado retomem a normalidade, os preços sejam ajustados a patamares justos e o mesmo ocorra com os combustíveis.

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