Polícia localiza cemitério clandestino usado por milícia em Queimados
Eles teriam sido assassinados pelo grupo criminoso Caçadores de Ganso
Eles teriam sido assassinados pelo grupo criminoso Caçadores de Ganso
A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), localizou ontem (19), um cemitério clandestino da milícia na área rural de Queimados, na Baixada Fluminense. Dois corpos foram encontrados em um poço artesiano em um sítio abandonado, sendo que numa das vítimas estava decapitada. As vítimas teriam sido assassinadas dentro de um carro encontrado ontem (19) abandonado em um dos condomínios. Os corpos foram localizados no sítio durante a noite e retirados com o auxílio do Corpo de Bombeiros.
Segundo as investigações, eles teriam sido assassinados pelo grupo criminoso Caçadores de Ganso, que atua na região e foi alvo da Operação Hunter, realizada quinta-feira (18), em conjunto com o Ministério Público estadual. A ação teve como objetivo cumprir mandados de prisão e busca e apreensão contra integrantes da milícia que domina os condomínios do programa Minha Casa, Minha Vida. Até o momento 26 pessoas foram presas, entre elas o vereador e ex-secretário de Defesa Civil do município Davi Brasil Caetano.
Líder da milícia
O vereador Davi Brasil Caetano (Avante) é considerado pelo Ministério Público estadual como líder da milícia que age na região, principalmente em três condomínios do Minha Casa, Minha Vida, que são o Valdariosa, Ulysses Guimarães e Eldorado. O parlamentar, preso na ação também é policial militar reformado e foi investigado em 2017 pelo Ministério Público. Atualmente exercia o papel de liderança do grupo. Ele fazia a coordenação de todos os outros integrantes, inclusive foi responsável por expandir essa milícia que começou no condomínio Ulysses Guimarães.
A promotora de Justiça, Mariana Segadas, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), disse que Davi é apontado como líder da milícia conhecida como “Caçadores de Ganso”. Ele é acusado de vários homicídios e responsável pela exploração da atividade de distribuição clandestina de sinal de TV a cabo, além da venda de botijões de gás e de água mineral. A promotora disse também que o grupo inovou: qualquer morador que fosse fazer um churrasco era obrigado a comprar carne, linguiça, asa de frango e carvão também para a milícia, o chamado “kit churrasco”.
por Douglas Corrêa Rio de Janeiro