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Polícia encontra R$ 2 milhões na casa de auditor fiscal da Sefin; 120 empresas e pessoas estão sob investigação suspeitas de pagar propina a membros de Tribunal

 
A Operação Manon, desencadeada nesta quinta-feira pelo Ministério Público e Polícia Civil, resultou na prisão do auditor fiscal ANIVALDO DE DEUS PINTO, membro do Tribunal Administrativo Tributário (TAT) da Secretaria Estadual de Finanças de , órgão responsável pelo julgamento de recursos contra autuações efetuadas pela fiscalização. Na casa de Anivaldo os policiais encontraram R$ 2 milhões em cheques e dinheiro.

O procurador geral de Justiça de Rondônia, Héverton Alves Aguiar, em entrevista à imprensa na tarde desta quinta-feira, na sede do Ministério Público, explicou que de 2008 a 2014 o auditor fiscal movimentou ,em conta bancária .R$ 22 milhões. O MP descobriu que vários depósitos foram feitos por empresas e pessoas físicas que possuem processos em julgamento no TAT.

Segundo o procurador, pelo menos 120 empresas e pessoas estão sob suspeitas de pagarem propina a alguns integrantes do Tribunal a fim de serem beneficiadas com a redução dos valores constantes dos autos de infração ou até com a anulação destes autos.

De acordo com Héverton Aguiar, a situação descoberta no TAT de Rondônia é semelhante ao esquema que funcionava no e foi  desbaratado pela Operação Zelot da Polícia Federal.

Em Rondônia, o MP investiga vários membros do TAT, mas não todos, como fez questão de ressaltar, na entrevista, um dos investigadores.

As empresas, pessoas físicas e os auditores são investigados por corrupção, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e outros crimes. Esta é a primeira fase da Operação Manon, que não se encerrou.

Até agora, o MP descobriu que somente o auditor preso nesta quinta movimentou R$ 22 milhões em sua conta bancária em  sete anos. Sua renda como funcionário público nesse período foi de 5.52% da soma movimentada no banco. Segundo o MP, os R$ 22 milhões não foram declarados à Receita Federal.

Com o auditor foi apreendido um número considerável de bens. Sete pessoas foram levadas à força (conduzidas coercitivamente) para prestar depoimento no Ministério Público.

SAIBA MAIS SOBRE A OPERAÇÃO MANON

O Ministério Público do Estado de Rondônia, em conjunto com a Polícia Civil, deflagrou na manhã desta quinta-feira, dia 14 de maio, a Operação Mamon, destinada a desmantelar esquema de corrupção, lavagem de dinheiro, dentre outros crimes, envolvendo servidores da Secretaria de Finanças do Estado de Rondônia (Sefin).

Cerca de 40 policiais civis cumprem em Porto Velho, , Colorado do Oeste e Rio Branco (AC) mandados de prisão, , afastamento das funções públicas, indisponibilidade de bens e condução coercitiva expedidos pelo Poder Judiciário do Estado de Rondônia. Foi preso o auditor fiscal ANIVALDO DE DEUS PINTO.

A investigação realizada pelo MP-RO, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), revelou a existência de indícios da prática de crimes de falsidade ideológica, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, perpetrados por servidores da Sefin e pessoas a eles ligadas.

Somente um dos investigados movimentou entre 2008 e 2014 mais de R$ 22 milhões, recebendo dinheiro de centenas de pessoas físicas e empresas, sendo que várias destas respondiam a processos fiscais perante a Sefin.

O nome da operação remete à expressão hebraica antiga, segundo a qual Mamon significava a riqueza iníqua e a ganância.

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