Operação Stigma – Servidor preso pela Polícia Federal se recusou a colaborar
Porto Velho, RO – O servidor municipal Nicolau Júnior, que trabalha na Prefeitura de Vilhena, foi preso na manhã da última sexta-feira (07) pela Polícia Federal durante incursão da Operação Stigma. Entretanto, Júnior se recursou a colaborar com as investigações segundo informações do jornal Extra de Rondônia.
Responsável pelo inquérito que apura irregularidades na administração vilhenense, o delegado de Polícia Federal, Flori Cordeiro Miranda, conversou ainda ontem a reportagem do Extra de Rondônia.
Apesar de não aprofundar suas declarações com detalhes que possam comprometer as investigações, ele deixou entendido que a situação é complexa e abrangente, com suspeita de desvio de verbas públicas em vários setores daquele município.
Sobre a prisão do servidor municipal Nicolau Junior, Flori declarou que, mesmo com a recusa do suspeito em colaborar, a apreensão de documentos em poder do funcionário devem potencializar as investigações.
“Nos próximos dias certamente acontecerão desdobramentos importantes decorrentes da ação de hoje”, disse.
Sobre a recusa de Nicolau em colaborar com a investigação, o delegado afirmou que o detido se considera “injustiçado”, e se mostrou bastante “nervoso” com o que ocorreu.
O delegado disse também que a Operação Stigma não se originou a partir de denúncia de negócios escusos entre a administração municipal e a empresa “Tend Tudo Assessórios”, alvo de batida da Polícia Federal em julho.
“Na verdade, já estávamos investigando suspeitas de desvio de verbas federais, e o caso desta empresa é apenas um dos tentáculos do esquema”, explicou.
Flori também esclareceu que o servidor municipal lotado na secretaria de Saúde, cujo testemunho e documentos deram base para a batida na “Tend Tudo” está implicado no caso. “Por isso mesmo ele vem usando da prerrogativa de delação premiada, que concede certos benefícios a acusados que colaboram com as investigações. No caso específico desta pessoa, o auxílio está sendo altamente produtivo, pois ele tinha grande conhecimento sobre o funcionamento do esquema. Suas informações têm ‘batido’ de forma precisa com o que estamos apurando”, detalhou.
Finalizando, o delegado explicou que as ações estão sendo levadas a cabo pela Polícia Federal em virtude de situações que envolvem uso indevido de verbas federais. “Mas existe um termo jurídico denominado ‘conexão probatória’, o qual permite estender os procedimentos para casos de recursos públicos de outras origens, quando as investigações apontam para irregularidades neste sentido”. Ele disse também que os problemas estão disseminados por vários setores da administração.
Com informações e foto do Extra de Rondônia