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Odebrecht paga primeira parcela de reparação ao Estado peruano

A construtora Odebrecht realizou na quinta-feira 25 o pagamento da primeira parcela de reparação ao Estado peruano, derivado dos atos de corrupção no país sul-americano, segundo revelou o procurador do caso, Jorge Ramírez.

“Segundo me informaram da empresa Odebrecht, já se encontra na conta do Estado peruano o montante para cobrar a primeira parcela de 80 milhões de soles (cerca de 95 milhões de reais). Só está aguardando a homologação do acordo”, declarou o procurador.

Ramírez participa da missão dos procuradores peruanos que interrogam o engenheiro Jorge Barata, ex-superintendente da Odebrecht no Peru e que assinou um acordo de colaboração com a Justiça daquele país.

O procurador esclareceu que ainda está pendente o pagamento de outros 65 milhões de soles (cerca de 77 milhões de reais), visto que “entre o ano passado e este ano, a Odebrecht pagaria 145 milhões de soles (172 milhões de reais)”, segundo os acordos feitos com a Justiça peruana.

Afora o Brasil, em nenhum outro país as investigações sobre propinas pagas pela Odebrecht no exterior caminharam tanto quanto no Peru. O Ministério Público de lá se empenhou junto ao MPF brasileiro para ir fundo na busca de evidências, ajudado por reportagens reveladoras na imprensa.

No início deste ano, o MP peruano e a Odebrechet assinaram um acordo de leniência. A companhia concordou em revelar os nomes de políticos peruanos corrompidos em troca da continuidade de seus trabalhos no país e do pagamento da multa milionária.

Todos os presidentes do Peru desde 2001 têm contas pendentes com a Justiça por seus vínculos com a Odebrecht. Alejandro Toledo (2001-2006) mora nos Estados Unidos, embora tenha sido pedida sua extradição, e Ollanta Humala (2011-2016) também esteve preso junto com sua mulher, Nadine Heredia, entre 2017 e 2018. Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018) está internado em uma clínica local, mas a Justiça local decretou na semana passada sua prisão preventivapor 3 anos.

A Odebrecht está no centro de um enorme escândalo de corrupção na América Latina desde que admitiu em 2016, como parte de um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, ter subornado autoridades da região. A empresa teria distribuído 800 milhões de dólares (3,1 bilhões de reais) em troca de contratos de obras de infraestrutura.

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