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Cartum de 1802 que mostra a campanha de vacinação contra a varíola, primeira doença infecciosa totalmente erradicada graças à ciência

O poder transformador da ciência

Por Sandro Luiz Cardoso, Advogado e Consultor Ambiental em Porto Velho/RO

Estima se que a varíola, nos últimos 100 anos de sua existência, matou entre 300 e 500 milhões de pessoas. No século XVIII, somente na Europa, a varíola matava cerca de 400 mil pessoas por ano.

Entre surtos frequentes e devastadores, ao longo da história, esta doença altamente contagiosa e com taxa de letalidade de cerca de 30% afetou populações em todas as regiões do mundo.

Jenner, um médico britânico, ao observar que as ordenhadoras de vacas que contraíam a varíola bovina; NÃO CONTRAÍAM A VARÍOLA HUMANA.

Estava diante de um grave problema de saúde pública e, então, o médico pesquisador, a partir das evidências que estabeleceu como ponto de partida para uma investigação, em maio de 1796 Dr. Jenner inoculou um menino de 8 anos com pus de uma lesão de varíola bovina.

A partir desta hipótese Dr. Jenner passou a realizar experimentos utilizando o pus da varíola bovina para inocular pessoas contra a varíola humana; método que até hoje é conhecido por vacinação.

Edward Jenner cunhou o termo que tem origem no latim “vacca”; sendo que a palavra vacina derivou de “VARIOLAE VACCINAE” que significa varíola das vacas e é até hoje lembrado como o PAI DA IMUNOLOGIA.

Outros tantos pesquisadores e pesquisadoras enfrentaram o ceticismo e a resistência sobre a eficácia e segurança dos seus processos e por conta desta perseverança hoje temos imunizadores contra a POLIOMIELITE, GRIPE, HPV, HEPATITE B, RUBÉOLA, FEBRE AMARELA e outras tantas chagas que ameaçam a vida e existência humana.

Naquela quadra da história humana, onde populações estavam sendo dizimadas, a ciência foi a força motriz que permitiu, a partir de uma evidência, desenvolver um processo que criou uma solução para salvar vidas e a erradicação da varíola se tornou um marco histórico na medicina.

Sem qualquer embargo, idôneo é afirmar que a erradicação da varíola foi um dos maiores feitos da saúde pública no Século XX; tendo demonstrado o poder da vacinação em massa e a importância da cooperação internacional para a eliminação de doenças infecciosas.

A ciência é um processo contínuo, de trabalho colaborativo e em constante evolução que está intrinsecamente ligada à sociedade; uma influenciando e modelando a outra na tomada de decisões afetas à existência humana num ambiente ecologicamente equilibrado e com qualidade de vida, para esta e futuras gerações.

Bastaria o simples fato de que a ciência desafia nossas crenças mais profundas, tidas como verdades absolutas e inquestionáveis, dentro de um determinado tempo e espaço ou contexto, para que ela seja estimulada nas escolas e promovida pelos gestores públicos.

Forte na lei da conservação da massa, um dos pilares da química moderna que ensina que na natureza, nada se cria, nada se perde e tudo se transforma; associado ao provérbio japonês do pós segunda guerra, de que “o bom aluno é aquele que supera o mestre”, necessário se faz a apropriação da crença de que o conhecimento não é estático e que deve ser expandido e aprimorado através do método científico.

A ciência é a bússula que guia a humanidade em sua jornada de descoberta e
progresso, e, ao longo da história nos permitiu desvendar mistérios da natureza,
desenvolver tecnologias revolucionárias e disruptivas para melhorar significativamente a qualidade de vida.

O conhecimento deve ser difundido tal como como foi a sua criação conhecida por vacina; a ciência é uma vacina contra a ignorância.

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