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Nunca mais outro 8 de janeiro!

Coluna do Professor Nazareno

Coluna do Professor Nazareno

Infelizmente o dia 8 de janeiro de 2023, um domingo, entrou para a História deste país. Só que de forma melancólica, absurda, patética e triste. Foi nesta lacônica data que alguns grupos de direitistas reacionários, que dias antes tinham viajado para Brasília, lá invadiram os três poderes da República, depredaram tudo e promoveram dessa forma uma das maiores arruaças e vandalismo que a capital do Brasil já presenciou. Eram eles uns três ou quatro mil bolsonaristas quase todos vestidos com a camisa amarela da seleção brasileira e portando bandeiras nacionais. A barbárie que se viu naquele dia entrará para os anais da História como uma das maiores vergonhas que o nosso país já passou. A gentalha eufórica gritava slogans antidemocráticos, pedia um golpe militar, queria um outro AI-5, bem como a intervenção das Forças Armadas para anular as últimas eleições.

Luiz Inácio Lula da Silva, do PT e da esquerda, venceu dois meses antes em eleições limpas e democráticas o seu rival Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente do país entre 2019 e 2022 e ídolo maior da grande maioria daqueles manifestantes. Assim que terminaram as eleições no segundo turno, os perdedores inconformados foram para a frente dos quartéis em todo o território nacional e ali ficaram acampados tramando o “dia da invasão de Brasília” para reconduzir, sob a força dos fuzis e das baionetas, o Bolsonaro e seus asseclas ao poder, fato que começou a acontecer exatamente na tarde do 8 de janeiro de 2023. Mas o golpe dos fascistas da direita e da extrema-direita fracassou retumbantemente para a felicidade geral da nação e dos que amam e ainda acreditam na democracia. As forças democráticas venceram e nossas instituições aguentaram o tranco.

Apesar da estranha inércia no começo das invasões, as forças policiais do DF finalmente intervieram e prenderam a maioria dos arruaceiros, que depredavam tudo o que viam pela frente. O STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto foram invadidos e saqueados pela turba golpista. O triste e horrendo espetáculo correu o mundo. Mas o golpe não foi dado e quase duas mil pessoas foram presas e muitas delas estão sendo julgadas até hoje. Julgadas em uma democracia, por isso com direito à defesa do contraditório e sempre com base nas leis que regem uma sociedade democrática. Muitos respondem por tentativa de golpe de estado, abolição violenta do estado democrático de direito, associação criminosa, dentre outros crimes. Todos serão julgados e alguns deles já foram até condenados a 17 anos de cadeia em regime fechado e vão ter que pagar multa.

Deram sorte por que tentaram dar um golpe de estado no Brasil, uma nação onde impera a plena democracia. Se tivesse sido num país como a Turquia, Arábia Saudita, Paquistão, China ou mesmo na Rússia, todos já tinham sido devidamente fuzilados e sem nenhum direito à defesa. Sem organização, sem uma liderança aparente e também sem objetivos claros e bem definidos, os “golpistas de mentirinha” se meteram numa fria que já marcou para sempre as suas vidinhas. Todos praticamente já foram abandonados pelos seus “ídolos de araque” e hoje estão nas mãos do Poder Judiciário e do Supremo Tribunal Federal. Pena que até agora somente as “sardinhas” estão pagando o pato. Quem tramou esse maldito golpe? Quem financiou? Quem transportou os golpistas? Quem se omitiu no início? Essas perguntas têm que ser respondidas e todos os culpados devem arcar com as consequências dessa estúpida insurreição de fundo de quintal. 8 de janeiro? Nunca mais!

 

 

 

*Foi Professor em Porto Velho.

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