O repórter Rildo Costa, correspondente do FOLHA DO SUL ON LINE em Cerejeiras, acaba de enviar o relato da entrevista coletiva na qual o delegado Rodrigo Spiça revelou detalhes do assassinato da adolescente Jéssica Moreira Hernandes, 17 anos. O corpo da garota foi encontrado na segunda-feira, 24, e provocou indignação e protestos na cidade. O delegado regional da Polícia Civil em Vilhena, Fábio Henrique Campos, também participou da entrevista, concedida na própria DPC cerejeirense.
Spiça explicou que o crime foi desvendado mesmo sem a confissão do autor, Ismael Silva, 30. No entanto, o primo dele, Diego de Sá Parente, revelou tanto a motivação quanto os detalhes do homicídio, do qual teria sido testemunha.
Segundo a versão de Diego, Ismael estaria desconfiando de traição e, por isso, o orientara a fazer uma espécie de “teste de fidelidade” com Jéssica. Após atrair a jovem para uma residência pertencente a conhecidos, alegando que iria relatar a ela um caso do primo, Parente a fez confessar que também o havia traído.
Escondido num dos cômodos, Silva ouviu a namorada fazer a revelação, motivada pela “armadilha” e a atacou com uma barra de ferro. A estudante desmaiou e, quando estava recobrando os sentidos, levou uma facada nas costas. Em seguida, o assassino a golpeou outras duas vezes na altura da garganta. Neste momento Diego teria virado o rosto por não suportar assistir a cena. Mesmo assim, ouviu o outro dizer: “Agora você está comigo”. Também teria escutado uma ameaça de morte do primo, caso revelasse o episódio a alguém.
Após matar a parceira, o servidor público saiu levando a bolsa e o celular da vítima, enquanto o parceiro limpava o sangue espalhado pelo chão e desmontava a bicicleta com a qual a menor havia ido até o local. O veículo teria sido atirado dentro de um poço no quintal do imóvel.
Diego também contou que o próprio primo teria se incumbido de “desovar” o cadáver. O assassinato, revelou ele, teria acontecido na mesma manhã em que Jéssica fora dada como desaparecida. O anúncio do sumiço foi feito pelo próprio Ismael.
INOCENTE
Embora também tenha sido presa junto com o marido Diego, a vendedora Idianara Parente, que trabalha numa loja de eletrodomésticos em Cerejeiras, não teve qualquer participação no crime. Tanto que as autoridades devem pedir que seja concedida a soltura dela. O que fez com que ela fosse presa era sua insistência em não incriminar o esposo, embora não haja confirmação de que ela soubesse do crime praticado.
FALTA A CONFISSÃO
Para encerrar a investigação e dar o caso como solucionado, a polícia aguarda apenas a confissão de Ismael, que está sendo mantido em segurança, pois existem ameaças de linchamento contra ele.