Governos incompetentes geram ausência de políticas públicas e facções criminosas ocupam esses espaços, em RO
Segurança Pública nunca foi ‘um desafio’ como os pseudo-especialistas gostam de espalhar, o desafio de verdade é construir políticas públicas para a redução da violência e isso é um fato apontado pelos verdadeiros especialistas no setor.
Nos últimos anos, construiu-se a idéia de uma ‘guerra urbana’ a traficantes e ao crime organizado, mas nada é feito de verdade para reduzir esse crescimento de facções que atuam onde o poder público deveria estar presente. O reflexo dessa ausência são as ondas de violência como a que vem ocorrendo em Porto Velho nos últimos dias, e que já aconteceram no passado recente nos demais estados vizinhos, como Amazonas e Acre.
Em Rondônia a fantasia de que policiais fortemente armados, em operações pontuais de ocupação em conjuntos habitacionais populares, ocupados em parte por integrantes dessas facções, resolve o problema. Também existe a crença que os cidadãos ‘podem fazer sua própria segurança’ andando armados, como se isso isentasse o Estado de suas obrigações.
O resultado dessas ‘lendas urbanas’ é a sociedade aterrorizada, respondendo a ‘toques de recolher’ com medo de assassinatos. A culpa de tudo isso é do governo, incompetente, que se recusa a elaborar planos de segurança efetivos, com implantação de postos de polícia nessas regiões, políticas públicas voltadas às áreas de esporte e educação, geração de emprego com salários atrativos para a juventude. Como imaginar que um adolescente com idade entre 16 a 20 anos vai trocar o ‘status’ de pertencer a um grupo criminoso ou arriscar-se como avião do tráfico em troca de um salário mínimo trabalhando 44 horas por semana no comércio? Não se trata de ‘nascer bandido’, mas de não ter opções na vida. E cabe ao governo e aos órgãos de proteção, incluindo Ministério Público e Varas de infância, fazer com que o Executivo implemente essas políticas, dando ao menos uma oportunidade para quem só as encontra na criminalidade.
O mesmo se aplica ao sistema prisional, que em Rondônia se transformou em um ‘quartel de recrutamento’ para essas facções, que diariamente conseguem ‘mão de obra’ quando um jovem vai parar no presídio preso por uma quantidade irrisória de algum entorpecente. Alia-se a isso, o fato de seus familiares serem reféns dessas organizações, pois vivem em espaços como o tal Orgulho do Madeira, ocupado há muito por criminosos, foragidos e outros delinquentes, exatamente por falta de policiamento ostensivo ininterrupto, coisa que não acontece há anos.
A culpa não é apenas do atual governador. A responsabilidade dele é a de nada fazer para mudar esse quadro. Quem deu o espaço necessário para o crescimento e consolidação dessas facções em Rondônia foi Confúcio Moura, que em dois mandatos conseguiu destruir todas as políticas de segurança que existiam, como é típico do MDB, cria o caos para lucrar politicamente. Michel Temer que o diga. A segurança em Rondônia está igual a foto dessa viatura abaixo, capotada.
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A solução para o problema da segurança pública é de conhecimento amplo, geral e irrestrito. Todos sabem que educação, práticas esportivas, trabalho e o mínimo de cuidado por parte do poder público, promove mudanças geracionais em comunidades carentes. Mas o discurso fácil de ‘bandido bom é bandido morto’ é mais atrativo que realmente arregaçar as mangas e fazer algo de concreto para mudar esse triste cenário.
Infelizmente, o cardápio que se colocou diante dos eleitores de Rondônia nas eleições deste ano, só oferece isso, tiro, porrada e bomba.
O buraco, pelo jeito, ainda está longe do fundo.
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Painel Político, Alan Alex