Ex-deputado de Rondônia recebia até R$ 150 mil por mês para tomar vacina, afirma delator do Petrolão
O ex-deputado federal rondoniense Carlos Magno (PP) recebia, mensalmente, valores de R$ 30 e R$ 150 mil em dinheiro desviado do caixa da Petrobras por meio de pagamento de propina repassada por empreiteiras a parlamentares de vários partidos em troca de apoio ao Governo Dilma Roussef e a manutenção do esquema de corrupção na maior empresa estatal brasileira.
É o que revelou o doleiro Alberto Youssef em depoimento à Polícia Federal e à Força Tarefa do Ministério Público Federal que investiga o escândalo do petrolão.
Especificamente sobre Carlos Magno, o doleiro, um dos principais operadores do esquema, afirmou “que havia um outro Deputado de Rondônia que acredita que também recebia; QUE inclusive este Deputado tinha hepatite C e tinha que receber vacinas que custavam em torno de R$ 150.000,00; QUE o declarante cedeu tal quantia para que referido deputado recebesse vacinas em São Paulo; QUE se recorda que houve uma certa celeuma no Partido pois alguns ‘enrolaram’ para autorizar e o declarante enviou mesmo sem ter autorização de todos os líderes; QUE foi ADARICO NEGROMONTE quem entregou tais valores para o referido deputado; QUE ao ser questionado se referido deputado seria CARLOS MAGNO e após lhe ser mostrada a foto do referido Deputado, confirma que é ele; QUE referido Deputado recebia também os valores mensalmente, além dos valores referentes às vacinas”.
Portador de hepatite C, Carlos Magno teve de submeter a um transplante de fígado.
Na sexta-feira, o procurador geral da República, Rodrigo Janot, pediu à justiça abertura de inquérito contra Carlos Magno.
Em nota divulgada no sábado, o ex-parlamentar afirma: “Ao tomar conhecimento da notícia de que seu nome constaria na lista de envolvidos em esquema fraudulento na Petrobras – Operação Lava Jato – divulgada neste final de semana pelo Supremo Tribunal Federal, o ex-deputado federal Carlos Magno Ramos (PP/RO) vem a público informar que aguarda com muita tranquilidade a divulgação dos motivos que levaram seu nome a figurar na referida lista.
Sempre respeitando os poderes constituídos e as leis, vai acompanhar todas as diligências, absolutamente seguro de que a verdade dos fatos virá á tona e que tudo será esclarecido.
Certo disto, reintera sua confiança na Justiça”.