Edgar do Boi é acusado de receber propina para aliviar fiscalização na JBS Friboi e fraudar impostos. Veja vídeo.
Na reunião com Clodoaldo e Edgar do Boi foi proposta a concessão de créditos presumidos, ilegítimos ou falsos, mediante o pagamento de propina de 30 por cento sobre o valor do imposto devido pela JBS/Friboi.
Porto Velho, Rondônia – O vice-prefeito de Porto Velho, Edgar Nilo Tonial, vulgo Edgar do Boi, presidente regional do PSDC em Rondônia , vice-prefeito de Porto Velho e um dos homens mais influentes na administração do prefeito Hildon Chaves (PSDB), recebeu cerca de 3 milhões de reais para, de alguma maneira, impedir qualquer fiscalização nos frigoríficos da empresa JBS /Friboi, que está no epicentro do furacão político que pode resultar na renúncia ou cassação do presidente da República, Michel Temer (PMDB).
Um delator da JBS Friboi, em depoimento à Justiça, entregou o braço direito do prefeito de Porto Velho. Disse que Edgar do Boi recebeu cerca de 3 milhões de reais para impedir a fiscalização de frigoríficos . No período em que do Boi recebeu a propina, a JBS não foi incomodada.
Valdir Aparecido Gomes,executivo da JBS/ Friboi, depondo no último dia 4 de maio na sede da Procuradoria Geral da República, em Brasília, revelou que se reuniu na sede do PSDC em Porto Velho com Edgar do Boi e os contadores Nilton Amaral, da Guaporé Carnes, e Clodoaldo Andrade, do escritório Rio Madeira Contabilidade, secretário geral do PSDC e chefe de transição da administração do prefeito eleito Hildon Chaves.
Na reunião com Clodoaldo e Edgar do Boi foi proposta a concessão de créditos presumidos, ilegítimos ou falsos, mediante o pagamento de propina de 30 por cento sobre o valor do imposto devido pela JBS/Friboi.
As filiais da Friboi não seriam fiscalizadas durante 3 anos. Edgar , presidente do PSDC no Estado , hoje é vice prefeito da capital e homem de absoluta confiança do prefeito Hildon Chaves, com grande influência na administração municipal, tendo indicado pessoas de seu grupo para cargos importantes na Prefeitura.
Amaral era contador da empresa Guaporé Carnes, adquirida pela JBS, e considerado comparsa no esquema.
O golpe, segundo o delator, consistia em lançamento de créditos presumidos (ilegítimos ou falsos) pelo escritório de contabilidade de Clodoaldo .
O delator disse à justiça que a proposta era de que a JBS /Friboi não seria fiscalizada e se, por acaso, essa fiscalização ocorresse, seria dirigida, para não encontrar nenhuma irregularidade. Neste caso, um fiscal seria corrompido.
O delator disse que Clodoaldo e o vice-prefeito de Porto Velho lhe garantiram que, quando houvesse uma fiscalização, seria apenas fachada, mediante propina para eles e para algum fiscal. “Eu sei o percentual que negociei e levei a eles (Egar do Boi e Clodoaldo). Conversei com o Weslei Batista , dono da JBS, e ele me disse : siga em frente. São 30 por cento que a empresa (JBS) deixou de pagar em impostos de 2012 a 2014. Pagamos propina ao contador Cloadoaldo e a Edgar do Boi”, contou o delator ao juiz.
Ele revelou ainda que para Edgar do Boi a JBS mandava dinheiro por meio de um banco em Porto Velho .
Um funcionário da JBS sacava a propina e entregava a Cloadoaldo. O dinheiro da corrupção era agendado e entregue no escritório de Clodoaldo.
Mesmo com a Lava Jato a pleno vapor, a corrupção continuou, mas com nota fiscal.
De janeiro a agosto de 2015 foi pago um montante de um milhão e oitocentos mil reais em suborno. O escritório de Clodoaldo emitia notas fiscais por supostos serviços nunca prestados.
Os acertos de propina aconteciam na sede do PSDC ou em restaurantes em Porto Velho.
O delator tem relação de pagamentos, notas fiscais e outros documentos para comprovar a corrupção. .
O acordo para pagamento de propina ao vice-prefeito de Porto Velho foi até agosto de 2015 . Com a Lava Jato avançando, o esquema acabou sendo reduzido gradualmente, até zerar.
Mas Clodoaldo não se intimidou com a Lava Jato. No final do ano passado, pediu suborno.
Clodoaldo propôs propina de 4 milhoes e meio de reais para continuar o esquema. Weslei Batista não quis. Por meio do WhatsApp, o contador cobrou o suborno. E continua cobrando, segundo o delator.