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Coluna Política Sem Censura-Puxa, aquilo é que era bom!!!!-David Nogueira

1. Puxa, aquilo é que era bom!!!!

Há uma tendência natural em nós, pujantes caras pálidas, de valorizar apenas e tão somente aquilo que não possuímos ou já deixamos de possuir por fatores diversos. Durante o período da presença constante e segura do status quo social, do produto, do serviço… da pessoa, a quantificação de valor dado àquilo dificilmente reflete seu real tamanho. A partida do amigo realça sua importância; a despedida de uma das partes em um relacionamento faz criar um vazio imenso antes inexistente… A perda do emprego e a dificuldade em arranjar outro desmorona o ser humano como cidadão e estraçalha sua cidadania a cada amanhecer.

2. Olhando para lá

Estava lendo alguns números sobre o desemprego na Europa e não pude deixar de sentir certa angústia no coração. Aquela região, a duras penas, criou condições excepcionais de vida para praticamente toda a população. Foi um processo lento, doloroso, mas bastante significativo. Existem, decerto, muitas mazelas a serem superadas e lacunas a serem preenchidas, no entanto, rodar por aquelas paisagens e seus diferentes recantos, para olhos tupiniquis, não deixa de ser… revelador! Os países estão praticamente prontos. Infraestrutura completa (água, esgoto tratado, telefonia, internet, estradas, transporte público de qualidade, energia, educação, cultura sempre em alta). Algo falhou, porém, e as “perdas” chegaram.

3. Milhões sem esperança
O ano de 2015 começa com incertezas monumentais dentro do Velho Mundo, cujos desdobramentos atingirão, sem constrangimento algum, todos nós, por mais escondidos que estejamos no seio da floresta amazônica. Como diria o filósofo de boteco em fim de madrugada: trata-se da tal colateralidade da globalização. O número de desempregados na Europa deverá chegar a espantosos 27 milhões de trabalhadores e trabalhadoras até o final deste complicado ano. Quase 20 milhões dessas pessoas privadas de uma parte do direito de exercer na plenitude sua cidadania está nos países da Zona do Euro. Violentas políticas fiscais de “ajustamento” comprimiram e comprimem países inteiros a situações quase desesperadoras.

4. Mudar rumos

Segundo dados da Eurostat, o percentual de desempregados em Portugal chega a 17,8%. Na Espanha, esse número atinge inimagináveis 26,8% de sua população. Na Grécia… bem, nesse ensolarado e emblemático país, o quadro ainda é mais dramático. São 27% de desocupados dentro da população economicamente ativa. Não somos economistas e nem doutores dessa área, mas a vida já nos ensinou muito sobre sobrevivência em quadros de crise. É importante estudar e conhecer qual o caminho percorrido até esse ponto pelos descendentes de Dom Afonso Henrique, Miguel de Cervantes e Helena de Troia. Não obstante, faz-se mister a clareza do óbvio: é impossível a sobrevivência de uma nação num quadro como esse… E é essa voz, saída da garganta do novo governo eleito da Grécia, que o mundo precisa ouvir.

5. O Brasil fez outras escolhas

De volta às coisas de valor perdidas nas intempéries cotidianas, quando então, apenas então, descobrimos seus milhares de significados em nossas vidas, deparo-me com os dados do IBGE sobre os níveis de emprego no Brasil em 2014. Pelo critério da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio), o número de desocupados é de 6,8%, o menor dos últimos anos. O Pnad é feito a partir dos dados de 211.314 domicílios, distribuídos em 3.500 municípios (uma amostra muito boa). Se a base para esse cálculo for o PME (Pesquisa Mensal de Emprego), a conta é feita a partir das seis principais regiões metropolitanas do país (amostra mais restritiva). Nesse caso, o número de desempregados é apenas 4,8%. Esse é o menor nível de nossa história dentro desse critério!!! Milagre ou escolhas?? Que decisões políticas foram tomadas aqui no Brasil para essa realidade? Que decisões políticas foram tomadas lá, na Europa, para aquele quadro? Cada desemprego, saindo das frias estatísticas e caindo na vida real, representa uma família imersa em sofrimento!

É… quem diria, mas eles precisam aprender algumas coisas conosco!

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