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Campanha da gripe: como tomar a vacina em tempos de coronavírus

A campanha nacional de contra a gripe começa no dia 23 de março — até o dia 16 de abril, ela estará focada apenas em idosos e profissionais de . A questão é: como receber a vacina contra o influenza sem se submeter a riscos desnecessários de infecção pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2), que já circula pelo nosso país?

Antes de tudo, é importante deixar claro que, durante uma pandemia de uma infecção respiratória, é especialmente importante que o público-alvo da campanha contra a gripe busque a sua dose. E não porque ela imunize contra o novo coronavírus. Na verdade, ao proteger a população do influenza, menos gente necessita de hospitalização, o que ajuda o sistema de saúde a reservar esforços para o Sars-Cov-2.

A vacinação também facilita a diferenciação entre a gripe e a -19, a doença desencadeada pelo coronavírus. Ora, se o sujeito recebeu a dose, porém apresenta sintomas como tosse e falta de ar, provavelmente não é o vírus influenza que os está causando.

A injeção ainda minimiza o risco de coinfecção — quando a gripe e o coronavírus atacam juntos uma mesma pessoa —, o que aumenta o risco de complicações e morte. Todos esses recados valem especialmente para os idosos e portadores de doenças crônicas, grupos que tendem a sofrer mais com a enfermidade do momento.

E por que não podemos simplesmente esperar a onda do Sars-Cov-2 passar para então buscar a vacinação? “Porque os casos do coronavírus estão em fase ascendente e a temporada da gripe está chegando. Caso a gente adie a campanha, teremos um risco alto de duas infecções concomitantes”, informa o médico Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim).

Ainda assim, durante a pandemia do coronavírus, é bom evitar aglomerações, o que às vezes acontece nas filas de vacinação dos postos de saúde. O que fazer?

Uma nota técnica do e o doutor Juarez Cunha dão boas dicas para a população e os gestores das áreas de saúde.

O que você pode fazer para tomar a vacina da gripe com segurança
Idealmente, mantenha distância de dois metros entre as pessoas da fila
Não cumprimente ninguém, inclusive os profissionais, com apertos de mão, beijos ou abraços
Evite ficar conversando com os outros na fila
Não toque nas paredes ou em outras superfícies
Reforce a etiqueta da higiene e não encoste as mãos no rosto
Busque sua vacina em horários alternativos
Além disso, verifique se há farmácias, igrejas, mercados, unidades móveis de saúde, redes de ensino e outros locais oferecendo a vacina gratuitamente. As autoridades de várias cidades e estados estão firmando parcerias para disponibilizar imunizantes gratuitamente nesses locais, que têm um fluxo menor de pessoas no momento.

Um alerta: indivíduos com sintomas de uma infecção respiratória não devem buscar a vacina. Fique isolado até os sinais passarem para só então buscar sua dose.

O que as autoridades devem fazer

Além de oferecer mais lugares para administrar a vacina contra a gripe, o que reduz as aglomerações, os gestores públicos precisam usar da criatividade. A vacinação domiciliar é uma opção, principalmente em cidades menores.

No Rio de Janeiro, profissionais de saúde aplicarão a vacina contra o influenza em idosos no formato drive thru em certos locais, como o centro de convenções Riocentro e em certos postos do . Ou seja, o sujeito com mais de 60 anos chega de carro, recebe a picada e vai embora — sem sair do automóvel.

O Ministério da Saúde ainda estimula os postos a estender o horário de atendimento, reservar um local específico (aberto e ventilado) para a campanha de vacinação, alocar mais profissionais para a ação, oferecer álcool em gel, higienizar com mais frequência as instalações.

© Ilustração: André Moscatelli/SAÚDE

Theo Ruprecht

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