União gasta R$ 2,5 bi com limpeza e conservação

 

A faxina ética no governo federal não tem preço estimado. No entanto, o custo para limpar a sujeira dos órgão públicos brasileiros é alto. A União (Executivo, Legislativo e Judiciário) gastou R$ 2,5 bilhões com serviços e materiais de limpeza e conservação no ano passado. O montante equivale ao pagamento de salário mínimo (R$ 788,00) de quase 3,2 milhões de empregados domésticos.

O montante desembolsado em 2014 foi R$ 200 milhões – ou 10% – maior do que os R$ 2,3 bilhões pagos em 2013. A maior parcela dos recursos foi destinada para a contratação de empresas especialistas no setor: R$ 2,4 bilhões. Já a compra de materiais para limpeza e produtos de higienização somou R$ 124 milhões.

O principal responsável pelos gastos com limpeza a nível federal é o Ministério da Educação (MEC). Ao todo, os espaços sob gerência da Pasta custaram R$ 887,6 milhões com essa natureza de dispêndios em 2014. O ministério é responsável pela limpeza de 666 unidades gestoras.

Os gastos da Pasta incluem, por exemplo, a Fundação Universidade de Brasília (R$ 39,5 milhões) e a Universidade Federal de Rio de Janeiro (R$ 38,4 milhões). As unidades executoras do MEC abarcam desde universidades a institutos federais, centros culturais e complexos hospitalares pelo país.

O Ministério da Defesa (MD), por sua vez, foi o responsável pelos gastos de R$ 360,1 milhões no ano passado. A Pasta tem uma quantidade ainda mais significativa de unidades gestoras sob comando: 1029. O Grupamento de Apoio da Saúde do órgão é o que mais gasta dentre as unidades, R$ 19 milhões. O Hospital das Forças Armadas (HFA), localizado em Brasília-DF, apresentou gastos de R$ 15 milhões com materiais de limpeza neste ano.

Os gastos do ministério incluem os comandos militares e os distritos navais. Os valores destinados para materiais de limpeza e conservação da Defesa, para além das estruturas em terra, também são utilizados para higienização das embarcações da Marinha.

O ranking fica completo com os ministérios da Saúde, da Fazenda e da Previdência Social. As Pastas destinaram R$ 184,7 milhões, R$ 104,9 milhões e R$ 99,5 milhões, respectivamente para serviços e materiais de limpeza e conservação.

Legislativo

O Congresso Nacional também desembolsa recursos para limpeza das galerias, dos gabinetes e até mesmo dos apartamentos funcionais das Casas. O Senado Federal destinou R$ 21,8 milhões para limpeza e conservação das suas dependências. Já a Câmara dos Deputados destinou R$ 31,6 milhões para esse tipo de despesa.

Judiciário

Juntos, os órgãos do Judiciário desembolsaram R$ 288,1 milhões para deixar suas unidades limpas e higienizadas. A Justiça Federal é a que mais paga esse tipo de serviço. Cerca de R$ 108,8 milhões foram destinados para as despesas. O valor inclui os gastos de 33 unidades gestoras, como Tribunais Regionais Federais e Justiças Federais de Primeiro Grau em quase todos os estados.

Dentre as Cortes Superiores, o Tribbunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) é o mais “limpo”: R$ 14,1 milhões foram pagos em 2014. O Tribunal Superior eleitoral desembolsou R$ 5,7 milhões para os serviços. O Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior do Trabalho tiveram dispêndios de R$ 4,1 milhões e R$ 4,7 milhões, respectivamente. O Superior Tribunal de Justiça pagou R$ 908,9 mil para as despesas.

Empresas

As administrações públicas contratam empresas privadas especializadas para realizar o serviço. No ranking das empresas contratadas, a Planalto Service Ltda foi a que mais recebeu recursos federais para a execução dos serviços. Ela, que presta serviços para órgãos das três esferas do Poder, recebeu em 2014 cerca de R$ 70,5 milhões.

A segunda empresa de vigilância que mais recebeu recursos governamentais para despesas com limpeza e conservação foi a Liderança – Limpeza e Conservação Ltda, com receitas que chegaram a aproximadamente R$ 62,9 milhões no ano passado. A empresa possui contratos, por exemplo, com o Ministério da Educação e com a Justiça Federal.

Outras empresas de limpeza que mais têm recebido com o serviço são a Nova Rio Serviços Gerais Ltda, Qualitecnica Empresa Nacional de Serviços Ltda e Plansul – Planejamento e Consultoria Ltda, com receitas de R$ 56,9 milhões, R$ 56,8 milhões e R$ 53,8 milhões, respectivamente.

Ao todo, 11.094 pessoas físicas e jurídicas compõem os gastos com esse tipo de mão de obra terceirizada pela União, das quais 415 receberam individualmente mais de R$ 1 milhão, o que representa 84% dos dispêndios de 2014.

Dyelle Menezes
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