Turismo e desenvolvimento, uma ideia para Rondônia

Já foi dito, por diversos especialistas, que o turismo é a maior indústria do mundo. Nenhuma outra atividade econômica emprega tanta gente ao redor do globo, movimentando bilhões de dólares e criando oportunidades de negócio tão diversificadas – hotéis, transportes, serviços profissionais, atrações. Mais ainda, o turismo é uma “indústria sem chaminés” que, se não é 100% eco-friendly, ao menos tem uma pegada sustentável muito maior do que outras áreas.

Então, por que não aproveitar a oportunidade que sempre existiu? Por que não considerar o turismo como uma opção para o desenvolvimento de Rondônia?

Desenvolver o turismo em uma região atrai diversos empreendimentos que geram impostos e riquezas, como passeios, hotéis e até cassinos. Esses últimos ainda não são opções viáveis em solo brasileiro, mas o enorme interesse nas opções online mostra que seria uma ótima aposta de investimento. Com esses empreendimentos, vêm a necessidade de mão-de-obra que, em bom português, significa empregos. Como essas novas vagas podem carecer de especialização, virão junto os cursos de formação, que trazem professores e profissionais de fora. E essa gente toda vai precisar comprar – roupa, comida, diversão –, o que vai criar mais oportunidades e desenvolvimento. É um círculo virtuoso de progresso.

Parece bom, e fica melhor. Desenvolver o turismo não é uma tarefa tão complicada quanto atrair uma grande fábrica que, por sinal, pode ir embora a qualquer momento, como fez a Ford na Bahia. No turismo, a indústria se funde com o local, numa comunhão permanente, uma relação ganha-ganha que se estende ao longo das décadas. Tudo que se necessita para começar é um (ou vários) atrativos turísticos. Evidentemente se pode ir mais além e oferecer planos de incentivo para investidores, tal como tem feito Portugal já há alguns anos. Mas vamos manter a simplicidade – e acreditar no potencial do nosso estado.

Entre os tipos de atrações turísticas mais comuns estão cidades históricas (Atenas, Roma) ou cosmopolitas (Londres, Nova York), sítios arqueológicos (Machu Picchu, Egito), locais de festas e diversão (Las Vegas, Ibiza), praias paradisíacas (Fernando de Noronha, Seychelles) e grandes belezas naturais (Foz do Iguaçu, África do Sul)  – e aqui chegamos a Rondônia.

Com a floresta amazônica batendo a sua porta, Rondônia pode ter tirado a sorte grande na roleta do turismo. Poucas atrações têm crescido tanto no interesse do viajante – nacional e estrangeiro – quanto o turismo florestal. Embrenhar-se na grandiosidade da selva, entrando em comunhão com as árvores e os rios, é um sonho de férias para muitos turistas. E a floresta está pronta, não carece de um centavo de investimento para ser desfrutada.

Já o entorno, porém, requer atenção. Antes e depois de sua aventura selvagem, o turista quer ser bem recebido, bem acomodado, bem alimentado. Toda essa infraestrutura tem que estar disponível, e com qualidade compatível com outros destinos similares. Também é preciso atentar para os meios de transporte – como os turistas vão chegar e partir de forma eficiente e confortável?

Por fim, como costuma dizer o ditado, propaganda é a alma do negócio. Destinos turísticos que desenvolveram casos de sucesso invariavelmente investiram em propaganda massiva. Não apenas para comunicar sua oferta, mas principalmente para criar um sonho nas cabeças dos viajantes. Foi isso que fez Cancun, Aruba e, mais recentemente, o Uruguai.

Tudo isso posto, pode até parecer fácil catapultar Rondônia a destino turístico internacional já na próxima temporada. Mas, realisticamente falando, ainda há uma estrada a ser percorrida. O projeto de desenvolvimento através do turismo precisa ser encampado por diversos atores – nos setores público e privado. Ao primeiro, caberá a coordenação geral do processo, definindo as etapas, as metas e o cronograma de ações, bem como viabilizar um caminho seguro para quem decidir investir. E estes investidores, por sua vez, devem abraçar a causa do turismo local, comprometendo-se a fortalecer a comunidade e melhorar as condições dos membros da cadeia produtiva a cada nova reserva. Ir além do lucro, aprimorando a vida do ser humano, é o maior legado que indústria do turismo pode deixar.

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