No último Carnaval, as polícias do Rio de Janeiro e de Salvador do Rio de Janeiro detectaram e prenderam criminosos com a ajuda de câmeras equipadas com sistemas de reconhecimento facial. O uso dessa tecnologia em esquemas de segurança no Brasil ainda é incipiente, mas os players do setor relatam uma procura cada vez maior por soluções de biometria.
James Miranda, consultor especializado em reconhecimento facial, diz que é possível verificar um crescimento “de 20% a 30%” por ano nesse mercado, que também encontra espaço para expansão em condomínios residenciais e corporativos, além de atividades comerciais.
“Independentemente da necessidade, verifica-se, nos últimos quatro anos, um aumento considerável na procura por essa tecnologia”, acrescenta o especialista. Os sistemas se dividem basicamente em dois tipos: equipamentos que já contam com a tecnologia de biometria facial embarcada e softwares analíticos que utilizam outros aparelhos, como câmeras e celulares, para realizar sua tarefa.
“É exponencial o crescimento da utilização dessa tecnologia”, conta Fernando Terzian, diretor da empresa Terzian, que fornece soluções de biometria facial. Ele aponta dois fatores para explicar o “aumento gigantesco” na demanda: a evolução da qualidade da avaliação facial, o que exige poder de processamento e algoritmos cada vez melhores, e a queda dos preços.
“Todos os softwares analíticos, principalmente de reconhecimento facial, possibilitam um controle melhor, realizado por menos gente. Isso não vai parar de crescer, será igual smartphone, uma coisa absurda”, prevê Terzian.
A empresa apresentará no próximo mês de maio, em São Paulo, durante a Exposec, feira internacional organizada pela Cipa Fiera Milano e pela Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese), câmeras de biometria facial com pontos de acesso à internet, além de outro modelo alimentado por energia solar e capaz de distribuir o sinal de wi-fi.
Terzian acredita que, em um primeiro momento, a demanda maior deve chegar do setor público, para depois se estender para o privado, como empresas e shoppings centers, por exemplo.
Miranda, por sua vez, ressalta que a simples instalação e divulgação de um sistema de reconhecimento facial em estabelecimentos comerciais já se torna “automaticamente um agente inibidor de roubos e assaltos”.
Rio – O monitoramento realizado pela PM do Rio de Janeiro ocorreu de 1º a 6 de março, e as imagens das câmeras eram transmitidas para o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), onde um sistema biométrico comparava os rostos filmados com fotos de foragidos. Em caso de compatibilidade, o software disparava um alarme.
O sistema foi testado durante o Carnaval de Copacabana, em 28 câmeras instaladas em pontos estratégicos. “As câmeras possibilitaram a captura de quatro criminosos com mandados de prisão em aberto, a apreensão de um adolescente que deveria estar cumprindo medida socioeducativa e a recuperação de um veículo roubado”, diz uma nota da Polícia Militar.
“Mais importante do que o resultado numérico foi o aprendizado da equipe envolvida no projeto e a aplicabilidade do sistema.
Assim como havia sido planejado, o software só congelou a imagem e acionou o alarme quando as câmeras capturaram a fisionomia de pessoas procuradas pela Justiça ou a placa de veículo roubado, tendo com base os bancos de dados da Polícia Civil e do Detran”, acrescenta o comunicado.
Autor / Fonte: Notícia ao Minuto