Os sindicatos que representam os servidores federais em Rondônia, promoveram nesta quarta-feira (30/08), um ato de mobilização conjunta em Porto Velho, contra a proposta do governo federal de conceder menos de 1% para toda demanda do servidor público, tanto para reestruturação de carreira, quanto para recomposição salarial em 2024. A proposta é considerada pelas entidades sindicais como indecorosa e afronta o servidor público que está há mais de 6 anos sem reajuste salarial.
Dirigentes sindicais e filiados do Sindicato dos Servidores Públicos Federais no Estado de Rondônia (Sindsef/RO), da Associação dos Docentes da UNIR (Adunir), do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e do Sindicato dos Trabalhadores em educação da Fundação Universidade Federal de Rondônia (Sintunir), debateram os encaminhamentos de luta que tomarão daqui para frente.
A manifestação é uma resposta das entidades sindicais que realizaram ato em todo país nesta quarta-feira, no dia seguinte após receberem a proposta do governo durante reunião da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP), na terça-feira. Segundo o governo federal, o recurso reservado no Projeto de Lei Orçamentária do ano de 2024 é de cerca de R$ 1,5 bilhão.
O diretor da Secretaria de Ex-Território do Sindsef/RO, Paulo Vieira, ressaltou que a intenção do ato é mostrar para o governo que o índice apresentado não atende a necessidade do servidor público. “Se divido R$ 1,5 bilhão para todas as categorias, o percentual não daria nem 1% de reajuste. É hora dos servidores atenderem ao chamado de seus sindicatos e se unirem à luta que está apenas começando”, enfatizou.
A presidente da Adunir, Marilsa Miranda, destacou que os servidores não se esquivam de protestar por uma melhor proposta. “Seguiremos lutando em todo país, pressionando o governo para que tenhamos algo melhor em 2024 e por isso, convocamos os servidores federais do nosso estado para incorporar essa luta conosco”, destacou.
Uilian Nogueira, diretor do Sinasefe, deu exemplo da defasagem salarial dos servidores federais. “Estamos há 6 anos sem reajuste salarial, a defasagem chega a 40% para os docentes do IFRO e Unir e de 62% para os técnicos administrativos da educação. Precisamos de um melhor percentual para acompanhar a carestia que atinge a sociedade nesse momento”.
O vice-presidente do Sindsef/RO, professor Mário Jorge chamou a atenção para a estratégia do governo federal de utilizar a desculpa do arcabouço e do marco fiscal para não fazer concessão de reposição de nenhum tipo de direito aos servidores, condicionando isso a arrecadação e a receita. “Temos que fortalecer a luta dos trabalhadores e a defesa intransigente dos nossos direitos. Todas as conquistas existentes no contracheque são resultados da luta da classe trabalhadora. Vamos começar o movimento e ir para luta”, mobilizou.
Uma plenária nacional dos servidores públicos será convocada nos próximos dias para discutir um calendário de mobilização, inclusive com possibilidade de greve nacional, caso as negociações não avancem.
Assessoria