Dezenas de servidores federais em greve reuniram-se hoje na Praça Getúlio Varas, em Porto Velho para um ato público de protesto contra a política de arrocho salarial e de precarização do serviço público do Governo Federal. Os discursos inflamados dos grevistas demonstram que a situação interna vivida em seus órgãos está a cada dia insustentável,como é o caso da Educação. Servidores do Incra, SAMP, Unir, INSS, AGU e IFRO manifestaram-se publicamente suas insatisfações.
“Boa parte dos alunos são de baixa renda e são custeados para ir estudar, através do pagamento de vale-transporte e que fazem refeição dentro do instituto para dar conta da carga horária do ensino técnico que lhes é oferecida”, explicou. Segundo Reginaldo, essa precarização privilegia os alunos que são de família com melhor renda, elitizando de certa forma o ensino técnico. “Filho de pobre não tem vez no IFRO”, comentou.
Na Universidade Federal de Rondônia (Unir), a situação não é diferente. Foi a primeira instituição do Executivo Federal em Rondônia a entrar em greve. O corte orçamentário feito pelo Governo Federal, segundo a professora Vitória Bacon, está levando a inviabilizar até mesmo o funcionamento da instituição, pois as verbas para manutenção dos campus foi atingida. Ou seja, logo não será possível sequer realizar serviços elementares de limpeza e pintura nos prédios.
A professora deixou claro em uma Carta Aberta esta semana a insatisfação do movimento com os dirigentes da universidade, que estiveram à frente da Greve da Unir, em 2011 e que culminou com a renúncia do ex-reitor Januário Amaral. “São professores que tem muita familiaridade com o movimento grevista, pois já participaram de vários, mas hoje que hoje mantém-se omissos à nossa causa. Certamente só irão nos procurar para apoiar a causa deles, quando a situação piorar”, previu.
“Hoje, a verba dada ao Ministério da Agricultura é dez vezes superior ao do Desenvolvimento Agrário. Isso quer dizer que o Governo privilegia mais o agronegócio de exportação do que a produção interna que abastece a mesa do brasileiro”, disse. Uma das principais reivindicações do Incra na greve é o aumento salarial e a realização de concurso público. Segundo ele, não adianta fazer concurso e pagar salário baixo, porque certamente haverá evasões de cargo.
“Além das perdas acumuladas, também queremos incorporar essas gratificações para evitar que nossas aposentadorias se transformem em pesadelos”, disse Sandoval. Ele explica que inúmeros servidores estão se aposentando com baixos insuficientes para dar conta da manutenção de sua saúde, já que trabalharam a vida inteira e hoje chegam aos 65 e 70 anos acometidos de diabetes, pressão alta e até por lesões por esforço repetitivo (LER).
O secretário jurídico do Sindsef, Paulo Vieira, disse que até a próxima semana, o movimento unificado começará a tomar corpo, pois muitos órgãos do Poder Executivo Federal em Rondônia, iniciam seus movimentos grevistas, como é o caso da Funasa, Ibama e Ministério da Saúde. “É importante nesse momento político difícil que o funcionalismo público federal atravessa que estejamos unidos para enfrentar essa política de sucateamento promovida pelo Governo Federal”, finalizou.