Todo atleta tem a sua inspiração, e em tempos dos Jogos Parapan-Americanos, os paratletas voltam a atenção aos nomes que se destacam nas seleções. E, quando se fala da atuação dos brasileiros na competição, aí então é só orgulho, já que o Brasil passou a marca de 100 ouros no quadro Parapan-Americanos, e assim, o sonho de quem está do lado de cá, é alimentando.
No entanto, os sonhos de mais de 60 paratletas de Rondônia, que participariam da etapa nacional das Paralimpíadas Escolares 2023 em São Paulo, foram frustrados. Isso porquê, após procurada e questionada pela equipe de reportagem do ge.globo/ro, sobre a ida dos paratletas rondonienses para a etapa nacional, a Secretária de Estado da Educação (Seduc) em Rondônia, respondeu que:
– Em virtude da redução da malha aérea de Rondônia e oscilação na quantidade de vagas disponíveis nos voos, não foi possível garantir a participação de estudantes da Rede Pública Estadual de Ensino que representariam Rondônia nas Competições Nacionais Paralímpicas – Conforme a nota.
As etapa nacional sera realizada em São Paulo no período de 27 de novembro a 2 de dezembro. (Veja nota que foi enviada pela Seduc ao final desta reportagem).
‘Sonhos destruídos’
Ieda Pereira da Costa é a mãe do Vitor Costa Piskor, de 17 anos, ele é deficiente visual e que compete na modalidade de atletismo. Ela conta que diante dessa situação, tem presenciado o sonho do filho ser destruído. Mesmo assim, ela conta, alguns pais, mães e responsáveis tem buscados formas para, ainda sim, levar os competidores.
– Os professores estão tentando várias formas. Eles também deram várias opções e agora, a gente está pensando em arcar do bolso pra eles não perderem essa competição, ainda mais no caso do meu filho, pois esse é o último ano para ele poder participar, porque ele já tem 17 anos. Estamos vendo sonhos destruídos e atletas que recebem bolsa atletas , terem o benefício correndo o risco de ser cortado – diz Ieda.
-Temos certeza que a ajuda que esperamos não vai chegar o estado não vai dar uma resposta positiva para essas crianças e vão conseguir acabar com muitos sonhos – lamenta Ieda.
A delegação de Rondônia tem até hoje para confirmar a participação nos jogos, caso isso não aconteça, será penalizada.
A técnica, Roberta Sgamate, conta que a delegação está fechada desde setembro e que havia tempo hábil para organizar a questão dos voos ou outra alternativa.
– Nós treinamos, nós nos preparamos durante esses dois meses, sabendo que a nossa delegação estava fechada desde setembro. Eles colocaram culpa na falta de voos, mas eu acredito que foi falta de organização. Até porque, nós nos disponibilizamos a ir de ônibus. Mas, a gente só tem recebido não. Na verdade, essa resposta nem veio oficialmente pra gente – fala.
Revoltada com a situação, a técnica pontua que a não ida da coligação, vai além de não estar presente e da frustração do sonho desses competidores.
– Ele não só perdem todo o preparo e treino, tem também a questão da punição que vai acontecer depois dessa ‘não ida’ nossa, pois no regulamento é explicito uma suspensão do estado nas próximas competições. Isso quer dizer que, isso é o fim das oportunidades . Então nós estamos extremamente revoltados – diz.
Nota da Seduc
Secretaria de Estado da Educação – Seduc informa que, em virtude da redução da malha aérea de Rondônia e oscilação na quantidade de vagas disponíveis nos voos, não foi possível garantir a participação de estudantes da Rede Pública Estadual de Ensino que representariam Rondônia no campeonato nacional de Futsal previsto para acontecer entre os dias 18 e 26 de novembro, na Bahia e nas Competições Nacionais Paralímpicas que serão realizadas em São Paulo no período de 27 de novembro a 2 de dezembro.
É importante ressaltar que a Seduc sempre se empenhou para garantir a participação de estudantes rondonienses em competições regionais e nacionais.
Via ge-ro