Atos contra a PEC do Teto nesta terça-feira (13) registraram confrontos entre manifestantes e a polícia em São Paulo e em Brasília.
O Senado aprovou nesta terça, por 53 votos a favor e 16 contra, a Proposta de Emenda à Constituição que congela os gastos federais pelos próximos 20 anos.
A proposta, prioridade do governo Michel Temer no Legislativo em 2016, será promulgada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), nesta quinta-feira (15).
Pela manhã, ainda com a votação em curso, houve protestos em Estados como São Paulo, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.
De acordo com a SSP-DF (Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal), o público em Brasília chegou a cerca de 2.000 pessoas.
Segundo a SSP-DF, duas entidades comunicaram à pasta, na segunda-feira (12), o interesse em realizar protestos: a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Conlutas (Central Sindical e Popular).
Em nota oficial, a Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Paz Social de Brasília disse que a manifestação “ocorreu de forma tranquila até por volta das 17h”.
Nesse momento, continua a secretaria, “um grupo de manifestantes iniciou o confronto com a linha de revistas da Polícia Militar na altura do Museu da República”.
“O grupo se negou a passar pelo procedimento [de revista], arremessando pedras e paus contra policiais militares, que precisaram conter os distúrbios com os meios necessários”, acrescenta a instituição. A polícia lançou bombas de efeito moral contra os manifestantes.
A assessoria de imprensa da presidência da Câmara informou ainda que manifestantes depredaram equipamentos da entrada de prédios que abrigam apartamentos funcionais de deputados federais.
De acordo com a assessoria, foram quebrados vasos de plantas e câmeras de segurança no bloco G da quadra de número 302, na Asa Norte. Manifestantes também soltaram rojões na região.
Após os confrontos, o balanço da SSP-DF é de 72 pessoas detidas. Oito policiais foram feridos e um ônibus foi queimado.
Não foram divulgados números de feridos entre manifestantes e a população em geral.
Pesquisa Datafolha divulgada no domingo (11) aponta que 60% dos brasileiros se dizem contrários à aprovação da emenda.
SÃO PAULO
Na capital paulista, no fim da manhã desta terça, um pequeno grupo de manifestantes se reunia em frente à praça do Ciclista, na avenida Paulista.
Segundo informações da Polícia Militar, o grupo se deslocou no sentido da avenida Brigadeiro Luis Antônio e seguiu pela rua Treze de Maio. Ainda de acordo com a PM, o ato terminou por volta das 13h.
Mais cedo, a avenida Teotônio Vilela, na zona sul, teve faixas ocupadas por um grupo pequeno de pessoas em ato que durou das 7h até às 9h.
À noite, um novo ato, convocado pela Frente Brasil Popular e Frente do Povo Sem Medo, saiu da praça do ciclista por volta das 19h.
Às 20h, quando passavam em frente à sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), na avenida Paulista, alguns manifestantes atacaram o local.
Segundo integrantes do protesto, não houve confronto com a polícia, e o ato se dispersou também na altura da avenida Brigadeiro Luís Antônio.
“Os manifestantes estão revoltados com a Fiesp, que apoia todas as medidas golpistas do governo Temer”, disse o estudante Matheus Marin, 18, em referência, além da PEC do Teto, à proposta de reforma da Previdência.
Por volta das 22h, manifestantes que ainda se concentravam na frente da Fiesp caminharam para descer a avenida Brigadeiro. O ato se dispersava quando algumas pessoas atearam fogo em sacos de lixo na avenida Paulista.
A tropa de choque, que seguia os manifestantes, chegou a lançar uma bomba, mas não houve confronto direito.
Duas jovens, no entanto, foram detidas, informaram oficiais no local. Uma delas foi presa por suposta depredação, e outra, por suposto desacato à autoridade. Uma das jovens é menor de idade.
Ambas foram levadas para o 78º DP, na região do Jardins.
Após as prisões, manifestantes entraram em confronto com a polícia, que respondeu lançando bombas de gás lacrimogênio, dispersando de vez o pequeno grupo.
Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo não divulgou um balanço oficial de número de manifestantes, prisões e possíveis feridos.
Via Folha de S. Paulo.