Mais de 39 mil crianças, com idade entre 0 a 9 anos, vivem sem água encanada em Porto Velho, segundo o Censo 2022 divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
💧 A médica pediatra entrevistada pelo g1, Pamela Peres, explicou que a falta de tratamento desse recurso é extremamente prejudicial e pode causar complicações graves na saúde.
De acordo com os dados, cerca de 68.365 crianças vivem no município de Porto Velho. Dessas:
Mais de 58% não têm acesso à rede geral de distribuição de água;
Apenas 24 mil, que corresponde a 34%, possuem água encanada;
Dados publicados esta semana pelo Insituto Trata Brasil apontam que Porto Velho é a pior, entre as 100 maiores cidades do país, no ranking de saneamento básico. Mais da metade dos moradores da capital vivem sem acesso à água tratada.
Riscos a saúde
De acordo com Pamela Peres, médica pediatra, a falta de abastecimento de água adequado é extremamente prejudicial para as pessoas mais vulneráveis, pois ameaça a oferta de nutrição adequada, saúde e qualidade de vida.
A falta de água encanada pode expor as crianças a doenças como parasitoses intestinais, dengue, leptospirose e diarreia, que é a segunda maior causa de morte de crianças menores de 5 anos no mundo, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).
A contaminação pode ocorrer quando essas crianças entram em contato com patógenos que causam essas doenças. Como exemplo:
Consumir água que não é devidamente tratada ou filtrada;
Brincar próximo a valas de esgoto a céu aberto;
Tomar banho em rios contaminados.
Além disso, os cuidados com menores de 1 ano são essenciais, pois eles possuem baixa imunidade e estão sujeitas a maiores contaminações, como no momento de preparo de uma mamadeira em contato com água não tratada, conforme observado pela pediatra.