Rio Madeira atinge 16,64 metros; risco de enchente é moderado

Comunidades do Baixo Madeira estão se isolando e centro da capital de Rondônia começa a sentir efeitos de alagação

Na manhã desta quinta-feira (3), o rio Madeira atingiu uma cota de 16,64 metros, de acordo com o monitoramento realizado pelo Serviço Geológico Brasileiro em Porto Velho (RO). De acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o risco de enchente é moderado.

A previsão do tempo feita pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) monta um resto de semana com pancadas de chuvas na capital rondoniense. A ANA, portanto, não descarta a possibilidade de ocorrências de inundações pontuais de igarapés, córregos canalizados em área urbana e alagamento temporário de áreas rebaixadas.

 

O Centro de Porto Velho, em especial a região do bairro Cai N’Água, já sente os efeitos da alagação. O trânsito nas proximidades da rodoviária provisória foi alterado em decorrência da cheia, que fez com que o canal Santa Bárbara transbordasse.

Além da capital, as comunidades do Baixo Madeira também estão enfrentando problemas causados pela cheia. As populações de Ressaca, Maravilha I, Maravilha II, Vila Nova e Vila do Calama estão entre as mais afetadas e receberam assistência da Defesa Civil.

A Prefeitura de Porto Velho, através da Sala de Situação coordenada pelo Gabinete Militar e Defesa Civil, tem realizado ações integradas de resgate e entrega de suprimentos para tentar minimizar os impactos da cheia. Apesar disso, moradores de comunidades como Bom Será e Boca do Jamary estão isolados, com acesso terrestre comprometido – mas receberam água potável e hipoclorito de sódio, além de botes para locomoção.

Como registrou o Rondoniaovivo, por causa da cheia, trechos da BR-425 estão intransitáveis – especialmente na região do igarapé Araras, nas proximidades do km 30, entre a Vila da Penha e o município de Nova Mamoré. Lá, o Governo de Rondônia tem atuado para garantir a passagem de veículos de pequeno porte.

A previsão é que o nível de água continue subindo lentamente até abril, mas com uma dinâmica de sobe e desce. Na quarta-feira (2), o Madeira chegou a recuar seis centímetros, mas permanece dentro da cota de alerta.

A intensificação da cheia do Madeira também afeta outros estados além de Rondônia. O governo de Manicoré, no Amazonas, decretou situação de emergência. O R7 registrou que pelo menos 150 comunidades foram afetadas e há inúmeras famílias desalojadas.

Outros municípios, como Humaitá e Apuí, também decretaram emergência, aguardando reconhecimento estadual para medidas de mitigação.

Ainda em março, no Acre, os municípios de Cruzeiro do Sul, Feijó, Mâncio Lima, Marechal Thaumaturgo, Plácido de Castro, Porto Acre, Rodrigues Alves e Santa Rosa do Purus também decretaram situação de emergência. Lá, famílias também ficaram desabrigadas por causa das enchentes – que invadiu casas e destruiu plantações.

As chuvas estão intensas também na Amazônia boliviana onde estão os rios formadores do rio Madeira. As enchentes nos Departamentos de Beni e Cochabamba afetam o lado brasileiro, pois é de lá que vem as águas formadoras dos rios Guaporé, Mamoré e Madeira. Desse modo, as cheias em Rondônia e Sul do Amazonas devem intensificar ou pelo menos ser mantidas nos próximos dias.

O Serviço de Meteorologia e Hidrologia da Bolívia mantém alerta laranja até sábado (5), no Departamento de Beni, afetando os níveis dos rios da Bacia Média do Rio Mamoré, compreendendo os rios: Maniqui, Hondo, Sécure, Isiboro, Apere e Tijamuchi. Na Bacia do Alto Mamoré, foi emitido alerta vermelho até sábado no Departamento de Cochabamba, com níveis crescentes, inundações e transbordamentos nos rios: Verticuatro, Chipiriri, Eterazama, Ichóa, Isiboro, Ivirgarzama, Magareño, Chimorée Ichilo.

 

Via Rondoniaovivo

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