Das 30 cidades mais violentas no Brasil, 13 estão na Região Amazônica. São municípios de populações pequenas em áreas rurais de cinco estados: Rondônia, Pará, Maranhão, Mato Grosso e Amazonas. Só em Rondônia, foram 11 assassinatos no ano passado por causa de conflitos no campo, segundo a Comissão Pastoral da Terra.
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“Hoje a gente tem uma sobreposição de diferentes conflitos e ilícitos, que passa por conflitos ambientais, conflitos fundiários e também, hoje, uma forte disputa por narcotráfico”, explica Samira Bueno.
Veja o vídeo:
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2021, divulgado nesta terça (28), mostra que no Brasil, o número de mortes violentas caiu 6%. Foram 47.500, em 2020 tinham sido 50.400.
“O Brasil tem menos de 3% da população mundial e mais 20% dos assassinatos de todo o planeta. Então, ainda que a gente tenha conseguido uma redução da casa dos 6% das mortes violentas intencionais, o quadro segue muito grave e são quase 50 mil pessoas assassinadas todo ano”, afirma Samira Bueno.
De 2020 para 2021, o número de registro de armas passou de 286.901 para 515.253, um aumento de 80%.
Pela primeira vez, o anuário traz dados sobre o crime de perseguição, física ou digital, conhecido como stalking. Foram 27.700 casos em todo o país. Também chamou a atenção dos pesquisadores os registros de violência psicológica: mais de 8 mil.
O número de feminicídios caiu 1,7%; foram 1.341 no passado e 1.354 em 2020. Mas os pedidos de socorro no 190 por violência doméstica aumentaram 4%.
A advogada criminalista Maíra Pinheiro diz que o número poderia ser ainda maior se o atendimento fosse eficiente.
“A gente vê um tratamento grosseiro, a gente vê as mulheres sendo culpadas pela violência que elas sofrem. É muito comum as mulheres serem cobradas pelo que elas não fizeram para evitar a violência. Então, ao invés de se questionar sobre o que o agressor deveria ter feito, o que ele não deveria ter feito, fica sempre na conta da mulher e a gente percebe isso nos atendimentos”, lamenta ela.
Por Jornal Nacional _G1