O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), segue tentando quebrar a resistência do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e dos servidores públicos em relação à reforma administrativa, que mexe com as carreiras no funcionalismo público.
Mesmo sem a proposta em mãos, o parlamentar afirmou, nesta terça-feira (18/8), que o objetivo da reforma não é reduzir o tamanho do Estado.
“Não estamos aqui falando em reduzir o tamanho do Estado, mas a qualidade do serviço público é fundamental”, afirmou Maia, na 21ª Conferência Anual Santander.
O deputado reiterou que a reforma também não visa perseguir servidores, mas sim modernizar a administração pública. “Mais de 70% da população espera uma reforma, que olhe a qualidade do serviço público, do serviço na ponta, onde o mérito esteja dentro do ambiente do servidor público. Hoje, não há estímulo na progressão (de carreira). O dinheiro que entra no serviço público precisa ter um olhar de qualidade e de produtividade que hoje não existe no Brasil”, disse.
O presidente da Câmara avalia que há ambiente favorável no Parlamento para o debate da reforma administrativa avançar. No entanto, a proposta está engavetada há mais de um ano no governo Bolsonaro. Servidores cobram diálogo de Maia e do governo.
Renda mínima
Maia também cobrou do governo uma proposta ao Congresso sobre a modernização da renda mínima no país, em substituição ao auxílio emergencial. “O governo precisa pensar numa solução, sabemos que a manutenção [do auxílio emergencial] no patamar atual é muito difícil, o custo é muito grande. Mas o governo precisa pensar no caminho, pensar em uma renda básica mínima para a sociedade”, declarou.
O auxílio emergencial de R$ 600 para os trabalhadores informais e desempregados injetou até aqui cerca de R$ 250 bilhões na economia e tem sustentado a popularidade do presidente Jair Bolsonaro.
O parlamentar, contudo, defendeu um debate mais amplo sobre mobilidade social. “Tem que se fazer um debate um pouco mais amplo sobre mobilidade social, sobre como se consegue garantir mobilidade social para os mais pobres. A transferência de renda vai representar parte disso, tem papel fundamental, como teve o Bolsa Família no governo Lula. Claro que o governo a curto prazo vai querer resolver a questão da renda mínima. Então, vai ter que construir caminhos, vai ter que abrir espaço no orçamento, reduzir outras despesas”, disse.
Metrópoles