Uso das termoelétricas, custo de geração e transmissão são os motivos alegados pelo grupo Energisa para justificar o reajuste de mais de 25% na tarifa de energia elétrica em Rondônia. Autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e em vigor desde o dia 13 de dezembro, o percentual não agradou aos rondonienses, mas a empresa garante que está agindo dentro da legalidade.
Nesta segunda-feira (17), ao RONDONIAGORA, a gerente de regulação da Energisa, Dayanni Grassano, explicou que um dos motivos para o reajuste é o aumento no custo da geração de energia elétrica nos últimos dois meses. “O reservatório de água baixou, precisou acionar a termoelétrica que tem um custo muito mais alto do que uma geração por hidrelétrica e, por isso, houve esse ajuste tarifário elevado. Mas isso não acontece só aqui em Rondônia e sim em todo o Brasil. Quando a gente olha para os 25,34%, 24% está inserida a geração de energia elétrica que ficou mais caro”, esclareceu.
De acordo com a gerente, os reajustes tarifários estão previstos no contrato de concessão da empresa, que ocorrem anualmente a todas as distribuidoras do Brasil. “A Energisa pegou a empresa em uma situação precária e são mais de R$ 4 bilhões acumulados, mais de R$ 2 bilhões de dívidas. Nós já pagamos R$ 1 bilhão associado à compra de energia que estavam acumulados há mais de dois anos”, disse Dayanni.
Se a Ceron não tivesse sido privatizada, segundo Dayanni, o reajuste aconteceria da mesma forma e poderia ser ainda maior. “Mas esse aumento não aconteceu por causa da privatização. O reajuste tarifário está regulamentando e previsto no contrato de concessão para todos os distribuidores de todo o Brasil. Esse reajuste foi baseado ao custo de geração de energia elétrica que está mais caro”, completou.
Sobre a ação civil pública impetrada pelo Ministério Público Federal (MPF) e Ministério Público Estadual (MP-RO), a gerente disse que recebeu a intimação nesta segunda-feira (17), tem o prazo de 72 horas para esclarecer o reajuste e diz que a Energisa vai prestar os devidos esclarecimentos. “Nós temos tranquilidade que esse reajuste é legal, está regulamentado e previsto no contrato de concessão. Não houve nada atípico que a gente tem a temer e está tudo regulamentado”, informou.
Em relação às duas usinas geradoras de energia que existem em Rondônia, onde muitos rondonienses questionam porque não pagam mais barato a energia, a gerente de regulamentação enfatiza que o Estado está ligado no Sistema Interligado Nacional (SIN) e é beneficiado pela energia eólica do Nordeste. “Então temos o ônus e o bônus desse sistema interligado. O setor elétrico é um setor desverticalizado e a distribuidora não pode escolher de quem ela compra a energia elétrica. Ela é ofertada em leilões promovido pela Aneel, que é a agencia reguladora. Então participamos desses leilões de venda de energia, informamos quanto precisamos para atender nosso mercado e quem ofertar o menor preço que leva”, finalizou Dayanni.