Desde a criação do Estado de Israel pela ONU em 1948 que a paz deixou de existir na região onde antes moravam os palestinos. No outro dia em que os judeus ganharam o seu país, várias nações árabes da região iniciaram a primeira guerra. Depois outras três guerras aconteceram. E todas elas vencidas no campo de batalha pelos israelenses com a ajuda dos países ocidentais. Partes da Palestina foram entregues aos judeus, que hoje ocupam quase todo o território. Assim, eles “espremeram” os palestinos em duas áreas descontínuas: a Cisjordânia, ocupada e totalmente controlada pelos judeus e a Faixa de Gaza, onde vivem mais de 2,3 milhões de pessoas em condições miseráveis e subumanas. Hoje são mais de cinco milhões de palestinos e uns 9,5 milhões de habitantes no lado de Israel. Os conflitos e o ódio pela região nunca mais tiveram fim. E as guerras explodiram.
Como Israel chegou à “Terra prometida” com mais de dois mil anos de atraso, deveria ter lutado intransigentemente pela paz. Afinal de contas, teria de conviver com os seus vizinhos palestinos, que já estavam morando ali há um bom tempo. Ninguém discorda dos direitos culturais e históricos do povo judeu. Mas certamente uma das piores coisas que existem é ter um mau vizinho. E Israel, portanto, repetiu a História. Quando terminou a Primeira Guerra Mundial, os países vencedores como França, Reino Unido e Estados Unidos, por meio do Tratado de Versalhes, humilharam a Alemanha. Fizeram os germânicos pagarem pesadas indenizações de guerra. Os alemães também tiveram que ceder partes de seu território e viveram por isso, uma brutal recessão econômica. Diante de tanto sofrimento e de humilhações da nação alemã, surge Adolf Hitler com o Nazismo.
Hitler nem alemão era. Nasceu na Áustria, que fora depois devidamente anexada à Alemanha. O conceito de superioridade da raça ariana, aliado a outros conceitos cruéis e estúpidos levantou o ânimo de quase todo o povo alemão rumo à Segunda Guerra e à vingança das cláusulas abusivas de Versalhes. E deu no que deu: mais de 60 milhões de mortos e prejuízos incalculáveis em todos os continentes. Isso sem falar no Holocausto, que dizimou mais de seis milhões de judeus. No Oriente, os Estados Unidos venceram a guerra e detonaram duas bombas atômicas sobre o Japão, que fizeram o país asiático se render incondicionalmente. Mas nem na Ásia nem na Europa se repetiu o Tratado de Versalhes. Pelo contrário: foram criados os planos Marshal e Colombo para reconstruir esses países devastados e assim evitar futuras vinganças por parte dos povos derrotados.
Pare de semear o ódio, Netanyahu! Deixe de matar velhos, crianças e mulheres com a sua vingança. Cace o Hamas sem tréguas e destrua só essa organização radical, poupe os inocentes! Entre em Gaza e distribua o amor entre aqueles pobres cidadãos, que muitas vezes nada têm a ver com o radicalismo desses grupos. Lembre-se de Jesus Cristo, que enfrentou e venceu todo um império só com o amor. Destruir Gaza e muitas famílias palestinas inocentes para quê? Assim, o ódio nunca vai acabar. Terminados esses ataques insanos de agora, Israel deveria anexar, reintegrar e sustentar todos os cidadãos dali. Dinheiro para isso existe. Há muitos cidadãos judeus pelo mundo. Só nos Estados Unidos são mais de seis milhões. Na Europa há outro tanto. E há também muitos países ricos que podem ajudar nessa tarefa, mas sem doar armas. Se Israel ajudar os palestinos, não haverá motivos para que se queiram destruir os judeus. Sem isso, as guerras nunca vão terminar!
*Foi Professor em Porto Velho.