Porto Velho, RO – Em Brasília, na quarta-feira (18), o governador do Amazonas, Wilson Lima, juntamente com parlamentares da bancada do estado, visitaram o Palácio do Planalto para instigar o governo a dar prioridade à pavimentação da BR-319, que conecta Manaus a Porto Velho, em meio a uma seca histórica na região.
Eles mantiveram encontros com o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e sete ministros: Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Renan Filho (Transportes), Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), Wellington Dias (Desenvolvimento Social), Marina Silva (Meio Ambiente) e Waldez Góes (Integração Regional).
“O que estamos buscando é um compromisso político por parte do governo federal. Precisamos entender se o governo federal está verdadeiramente empenhado em ver a BR-319 se concretizar”, disse Lima em entrevista coletiva no Planalto. “É um desafio complexo, mas é inalcançável? Não acreditamos que seja impossível. Portanto, é crucial assegurar esse direito básico aos cidadãos do Amazonas.”
A severa seca nos rios da Amazônia tem causado dificuldades na navegação em muitas partes do estado, resultando no isolamento de diversas comunidades. Diante disso, tanto o governador quanto os parlamentares veem a construção da rodovia que corta a Amazônia como uma solução viável.
O governo Lula (PT) incluiu nos estudos do Novo PAC a pavimentação da BR-319, afirmando que só prosseguirá se for demonstrada sua viabilidade ambiental. Esta questão tem gerado divisões entre ministros, com Marina Silva (Meio Ambiente) sendo contrária à medida e Renan Filho (Transportes) a favor.
A pavimentação da BR-319 é um projeto que se arrasta há várias décadas e enfrenta considerável resistência por parte de ativistas ambientais. Há preocupações de que a obra possa incentivar a grilagem de terras públicas ao longo da rodovia, aumentar o desmatamento ilegal e promover a exploração ilegal de madeira, de acordo com documentos do processo de licenciamento ambiental em andamento no Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Os defensores da pavimentação argumentam que ela é necessária para reduzir o isolamento das comunidades nos estados de Amazonas e Rondônia, que são interligados pela rodovia.
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