Treze mulheres procuraram a polícia para denunciar o médico, em Ariquemes. Prontuários com informações de pacientes devem ser analisados.
A Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão nesta terça-feira (10) na casa do médico Pedro Augusto Ramos, de 57 anos, suspeito de abusar sexualmente de pacientes durante exames ginecológicos, em Ariquemes (RO). Um computador com informações de prontuários médicos de pacientes atendidas pelo profissional foi apreendido. O delegado Rodrigo Camargo afirma que no aparelho há dados de cerca de 200 pacientes e todas devem ser ouvidas. Ao todo, 13 mulheres procuraram a delegacia para denunciar o médico.
Segundo Camargo, o ginecologista atendia em duas unidades públicas de saúde e em um hospital particular. O computador que armazenava os arquivos foi aprendido e levado para a delegacia. Os dados de cerca de 200 mulheres atendidas pelo profissional estavam em um prontuário de arquivo digital e estão sendo analisados. A Polícia Civil alega que deve concluir o inquérito até o dia 1º de abril.
O delegado explica que estão sendo verificados os dados pessoais para que as mulheres sejam intimadas e ouvidas. “Tendo em vista a severidade das acusações e necessidade da polícia comprovar o delito. Os prontuários foram apreendidos e as mulheres serão ouvidas. Cada uma delas vai nos ajudar a esclarecer os procedimentos adotados pelo médico”, comenta o Rodrigo.
A Polícia Civil informa que durante as investigações deve ouvir cerca de 10 pacientes por dia e caso seja comprovado o abuso sexual, o médico deve responder por estupro de vulnerável.
Procurado pelo G1, o advogado do médico, Márcio Gomes, disse que a defesa deve se manifestar sobre as acusações somente após a conclusão do inquérito policial. Ele reiterou ainda vai fazer o pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), para que o cliente responda o processo em liberdade. O médico está preso na Casa de Detenção de Ariquemes desde o dia 2 de março.
O caso
Os supostos abusos cometidos pelo médico Pedro Augusto começaram a vir a tona no dia 26 de fevereiro após a denúncia à Polícia Civil de uma paciente de 22 anos. Ela contou que o crime aconteceu durante um exame ginecológico realizado no dia 25 de fevereiro. Após o primeiro depoimento da jovem, mais quatro mulheres procuraram a delegacia e acusaram o médico.
Com as acusações, a prisão preventiva foi concedida pelo judiciário e o médico foi preso. Com o anúncio da prisão do profissional, outras oito mulheres o denunciaram por abuso, somando ao todo, até o momento 13 denúncias.
A primeira vítima que denunciou o médico contou ao G1 que foi abusada durante o exame ginecológico. “Ele fez o ultrassom abdominal do útero e depois iniciou o exame. Notei que o procedimento estava demorando mais do que normal e forcei a coluna para me levantar, quando vi as vestes dele abaixadas e o órgão genital ereto. Disse a ele que estava abusando de mim e ele falou que não e que era coisa da minha cabeça”, relatou.