A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais 11 no caso em que é apurada a venda ilegal de joias no exterior. O pedido de indiciamento do ex-mandatário foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em seu relatório final, a PF concluiu que houve crime de peculato, associação criminosa, lavagem de dinheiro e advocacia criminosa.
A coluna Igor Gadelha antecipou, nesta quinta-feira (4/7), que o relatório estava concluído e que seria enviado em breve pro STF.
Bolsonaro, o então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque; José Roberto Bueno Jr.; Júlio Cesar Vieira Gomes; Marcelo da Silva Vieira, Marcos Soeiro e Mauro Cesar Cid, foram indiciados por peculato, que significa “apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio”.
Os advogados Fabio Wajngarten e Frederick Wassef; Bolsonaro; Mauro Cesar Cid e o pai dele, Lourena Cid, e outros estão na lista dos indiciados por lavagem de dinheiro e pela prática do crime de associação criminosa. O ex-chefe da Receita Federal Julio Cesar Vieira Gomes está na lista de indiciados por ter cometido, no entendimento da PF, advocacia administrativa.
O documento com o indiciamento foi encaminhado ao STF, para que seja analisado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso. Assim que recebê-los, deve remeter o relatório à apreciação da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Segundo a assessoria do Supremo, até as 18h, os autos físicos e sigilosos da PET 11.645 ainda estavam na Polícia Federal, não tendo sido encaminhados ao STF qualquer pedido ou relatório.
Inquérito
A Polícia Federal abriu inquérito, em 2023, para investigar as tentativas do governo Bolsonaro (PL) de entrar ilegalmente com joias da Arábia Saudita no Brasil. Os objetos foram avaliados em R$ 5 milhões.
O estojo de joias – com anel, colar, relógio e brincos de diamante, oriundos da Arábia Saudita – estava retido na Receita Federal, em São Paulo, e foi entregue à PF, em 5 de abril.
O estojo foi apreendido no Aeroporto de Guarulhos, ainda em 2021, quando as peças chegaram ao Brasil na mochila do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Depois, descobriu-se que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ganhou outros dois presentes da Arábia: o primeiro, o próprio mandátario recebeu em 2019; o segundo presente veio com o estojo apreendido, mas passou incólume pela fiscalização da Receita.
Foto: Mateus Bonomi/Anadolu via Getty Images
Metrópoles-Manoela AlcântaraIgor Gadelha