PF implode área de garimpo ilegal no Mato Grosso

A implosão das galerias, túneis e buracos abertos durante a extração ilegal de ouro na área conhecida como Serra do Caldeirão, no município de  Pontes e Lacerda ( 483 km a Oeste de Cuiabá), teve início nesta sexta-feira (13). A informação é da Polícia Federal.

 O local, explorado por mais de cinco mil pessoas em período de quase três meses, foi desocupado na última terça-feira (10) por forças policiais, em cumprimento a uma determinação da Justiça Federal, proferida no último dia 19 de outubro.

 

Segundo a Polícia Federal, uma empresa especializada foi contratada para implodir os túneis e demais áreas abertas pelos garimpeiros.

A PF diz que é necessário a implosão para evitar que as pessoas voltem a invadir a área e evitar desmoronamentos e acidentes no local.

A expectativa, conforme a Polícia Federal,  é que até o início da tarde a operação seja finalizada.

Perícia

Uma equipe composta por servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (Sema-MT) e Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) realizou na quarta-feira (11) e quinta-feira (12) perícias ambientais na área explorada pelos garimpeiros.

A principal preocupação dos órgãos é quanto a contaminação de toda a rede de abastecimento de água do município, em razão do mercúrio utilizado  pelos garimpeiros para a extração ilegal do ouro.

O resultado da perícia ainda não foi divulgado.

Desbloqueio da BR-174

Após dois dias, a rodovia federal BR-174, de acesso à Pontes e Lacerda, foi liberada na tarde de quinta-feira (12).

A rodovia estava bloqueada por garimpeiros, em protesto pelo fechamento da área.

A desocupação foi realizada de forma pacífica, sem confrontos. Os militares continuam no local para manutenção da ordem.

 Desocupação

A decisão pelo fechamento do garimpo deu-se devido à ausência de autorização  por parte do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

A determinação de encerramento das atividades no local é do juiz federal Francisco Antônio de Moura Júnior, da 1ª Vara da Subseção de Cáceres.

O magistrado atendeu o pedido proposto em uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal (MPF).

Na decisão, o magistrado determinou que os policiais permanecessem no local por mais 10 dias, após a desocupação para que não haja uma nova invasão na área.

O juiz também determinou que os policiais fizessem a apreensão de todo o minério de ouro extraído e de todos os equipamentos, maquinários e instrumentos utilizados na extração e lavra do minério que foram encontrados no local.

 Entenda o caso

 A corrida pelo ouro em Pontes e Lacerda foi confirmado pelo Governo do Estado no dia 12 de outubro.

À época, cerca de 600 pessoas invadiram a área após a divulgação de que uma grande quantidade de ouro foi encontrada.

A disseminação de fotos e vídeos (muitos frutos de montagens falsas) nas redes sociais colaborou para intensificar a  invasão ao local, que chegou a receber mais de cinco mil pessoas, segundo informações da PF.

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