Porto Velho/RO – A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (28/09/2022), a denominada OPERAÇÃO HUMAN COMMODITY, visando desarticular organização criminosa dedicada a prática do crime de promoção de migração ilegal e lavagem de dinheiro, decorrente dos altos valores pagos aos “coiotes” responsável pela logística de entrada de brasileiros nos Estados Unidos.
As investigações tiveram início no final do ano de 2021 após denúncia recebida pela Polícia Federal relatando a participação de indivíduo residente na cidade de Monte Negro/RO no esquema de promoção ilegal de migrantes desse Estado de Rondônia com destino ao território americano.
Durante o curso das investigações foi possível identificar diversos outros integrantes do grupo criminoso, mediante uma clara divisão de tarefas, que cobravam altos valores para os interessados em se mudarem, de forma ilegal, para os Estados Unidos.
Dentre os investigados foi constatada a participação de pessoas residentes no Estado de Santa Catarina, os quais se utilizavam de uma agência de turismo para a compra das passagens aéreas para fora do Brasil. Ainda, foi possível se identificar um elevado fluxo financeiro para as contas dos investigados em razão dos pagamentos realizados pelas pessoas que contratavam o serviço, inclusive com remessa internacional de dinheiro.
Muitos desses migrantes foram abordados, presos e deportados durante o trajeto, sobretudo ao cruzarem a fronteira americana a partir do México.
A Justiça Federal da Seção Judiciária de Rondônia expediu 10 (dez) mandado de busca e apreensão a serem cumpridos nas cidades de Porto Velho/RO, Montenegro/RO, Campo Novo de Rondônia/RO, e também em Porto Belo/SC e Cruz Alta/RS.
O crime de promoção de migração ilegal possui pena de 02 a 05 anos de reclusão, e multa, sendo que os investigados ainda responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de constituição de organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem superar 18 anos de reclusão.
O nome da operação, HUMAN COMMODITY, se refere a forma como os integrantes do grupo trata as pessoas que se arriscam na migração ilegal, considerando-as meras mercadorias humanas, interessados exclusivamente no recebimento de altos valores pela logística da travessia.
A Polícia Federal solicita que a população desse Estado de Rondônia denuncie a prática desse crime em razão dos riscos relacionados com a travessia ilegal pelo México e a possibilidade de prisão ao entrar nos Estados Unidos. Inclusive, há de se destacar que nos últimos meses uma senhora residente em Rondônia foi encontrada morta após ser abandonada durante a travessia pelos “coiotes” que não lhe prestaram o auxílio necessários, havendo registros de violência, inclusive sexual, contra outras pessoas que tentaram entrar ilegalmente em território americano.
Assessoria/Superintendência Regional em Rondônia – Polícia Federal