Pesquisadores da Unir usam pele de tambaqui para cicatrização de feridas em animais

Método já foi testado em um cão, e recuperação foi mais rápida em comparação com tratamento à base de medicamentos. A espécie de peixe possui maior quantidade de colágeno, fibras espessas, gordura e proteína.

Pesquisadores da Universidade Federal de Rondônia (Unir) desenvolveram um novo estudo no campo da medicina veterinária na Amazônia: o uso da pele de tambaqui como alternativa para a cicatrização de feridas em animais. Testes feitos em cão mostraram que a recuperação foi mais rápida em comparação com tratamentos à base de medicamentos.

🐟 🔎O tambaqui é um peixe nativo da Amazônia e sua maior concentração está localizada na região Norte, especificamente no Estado de Rondônia.

O estudo foi desenvolvido pelo Departamento Acadêmico de Medicina Veterinária da Unir, no campus de Rolim de Moura (RO). A equipe busca explorar a pele do tambaqui, pois, de acordo com os pesquisadores, a espécie possui maior quantidade de colágeno, fibras espessas, gordura e proteína. Além disso, o custo de armazenamento do material seria inferior ao de outros tratamentos já utilizados.

A pele do tambaqui é utilizada pela equipe da Unir desde 2023, mas somente em dezembro de 2024 foi realizado o primeiro teste em animais. Um cão com ferimentos de mordidas no dorso e no abdômen foi submetido ao experimento.

De acordo com o coordenador do estudo, professor Ivan Felismino, a pele foi usada apenas nesse caso específico, pois não seria possível realizar uma cirurgia reconstrutiva devido à extensão da ferida. Com autorização do cirurgião e do tutor, a pele foi aplicada.

“Em menos de 30 dias foi obtida uma oclusão significativa da ferida, e caso não fosse realizado esse procedimento a ferida iria cicatrizar em um período acima de 90 dias”, explicou o docente.

O coordenador revela que a nova alternativa de tratamento também pode provocar uma diminuição do uso de produtos químicos, como pomadas cicatrizantes e analgésicos que podem gerar efeitos colaterais.

“Isso provocaria uma diminuição do descarte de embalagens desses produtos. O uso da pele que é considerada um subproduto de descarte, o que contribui para a preservação do meio ambiente”, destacou o professor.

 

O grupo de pesquisadores pretende avançar nos estudos e considera a aplicação em humanos. No entanto, ainda são necessários mais exames em laboratório com animais para que o método possa ser avaliado e, futuramente, utilizado em tratamentos para pessoas.

Vi G1 RO

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