Professor Nazareno*
Comparar o Brasil com a Suíça é uma covardia sem tamanho. Isso apesar de o nosso país ter uma população vinte e cinco vezes maior do que a do país europeu. O território do Brasil em quilômetros quadrados é “apenas” 207 vezes maior do que a Suíça. E em recursos naturais, a nação sul-americana também desbanca o pequeno país do centro da Europa. Apesar desses números garbosos que existem aqui, a Suíça, no entanto, dá uma goleada sem tamanho no Brasil quando as estatísticas se referem às questões sociais. O primeiro gol suíço está na renda per capita dos dois países. Enquanto o Brasil está numa ridícula posição, a Suíça tem uma das maiores rendas per capita do mundo. No país europeu, cada cidadão recebe por ano quase incríveis noventa mil dólares. Aqui, a renda por pessoa não chega sequer a dez por cento disso. Pobreza e fome são as nossas parceiras.
E a Suíça não para de fazer gol em nós. Várias organizações internacionais como Organização Mundial do Comércio, a OMC, Organização Mundial da Saúde, a OMS, Organização Internacional do Trabalho, a OIT, e a Cruz Vermelha Internacional têm sede nas cidades suíças enquanto ninguém tem coragem de ter suas sedes nas violentas e atrasadas cidades brasileiras. Aliás, o terceiro gol suíço em nós está exatamente na violência existente nas duas sociedades. Pelo menos 60 mil cidadãos brasileiros são assassinados todos os anos. Enquanto isso, esse número não passa de 40 mortes anuais lá na Confederação Helvética. A Suíça tem uma qualidade de vida invejável. Pelo décimo ano consecutivo fica entre os três melhores países do mundo para se viver. Zurique é a segunda melhor cidade da Terra. Qual o “sem noção” que escolheria o Brasil para viver?
Os suíços são todos muito bem educados. Há pelo menos quatro idiomas oficiais no país: Alemão, Francês, Italiano e Romanche. Mas o Inglês é largamente utilizado pelo povo. Dificilmente se encontra um cidadão do país que não fale pelo menos dois ou três línguas de forma fluente. No Brasil só se fala uma espécie de dialeto do Português que somente os nativos compreendem. Por aqui quase ninguém escreve na língua pátria, já que o índice de analfabetos é muito grande. O analfabetismo funcional em nosso país é muito superior aos 50 por cento de toda a população adulta. As escolas suíças são um primor. Aqui, nem é bom falar sobre o nosso sistema de Educação. O pequeno país europeu já ganhou pelo menos 26 vezes o Prêmio Nobel. O Brasil jamais teve um único premiado. Corrupção na Suíça é inexistente. E eles não têm nem um Lula nem um “Bozo”.
Todo ano na Suíça assume um presidente de cada uma das 4 etnias. Eles têm eleições normalmente e jamais contestam os resultados. Ninguém fica rezando em frente aos muros dos quartéis. Além do mais, os suíços têm o melhor chocolate do mundo sem ter um só pé de cacau. Produzem os melhores derivados de leite do planeta e são pontuais com os seus relógios conhecidos no mundo inteiro. Os produtos suíços são conhecidos e aceitos em todo o mundo rico e civilizado. Todas as grandes cidades da Suíça são limpas, organizadas, aconchegantes, arborizadas e têm mobilidade urbana impecável. E ao contrário do Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Porto Velho, Manaus ou qualquer outra cidade brasileira, ninguém é roubado ao chegar a Genebra, Lausanne ou Berna. Já no futebol, os suíços não são tão bons como nas coisas sérias. Mesmo assim, participando de uma Copa do Mundo só perdem de 1 X 0 jogando contra os times chamados de “bons”.
*Foi professor em Porto Velho