No quadro de funcionários do governo federal existem mais de 253 mil vagas em aberto. Apesar de essas vagas estarem espalhadas por diversos órgãos, o governo descarta qualquer concurso este ano. A conjuntura desagrada sindicatos, que falam em sucateamento dos serviços públicos.
Levantamento do Ministério da Economia, feito a pedido do Metrópoles, mostra que as maiores vacâncias são nos ministérios da Saúde (38,4 mil), Educação (36,1 mil), Economia (35,8 mil) e no Instituto Nacional do Seguro Social (22,7 mil). A base da pesquisa se refere a junho de 2019.
Para termos uma noção da defasagem, o Ministério da Defesa e as Forças Armadas estão, atualmente, com cerca de 15 mil cargos vagos – ou seja, quase metade do quadro de pessoal civil de toda a estrutura da pasta.
O Ibama conta hoje com apenas 53% dos servidores de seu quadro ideal. Dos 5,4 mil funcionários previstos na legislação do órgão, o quadro conta com apenas 2,9 mil trabalhadores.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) acredita que os cargos vagos “têm gerado um cenário catastrófico” no atendimento público para a população.
“Vários especialistas têm alertado que a ausência de investimentos no setor público é um dos indicadores mais potentes de que a economia está sendo afetada diretamente por esse cenário”, critica Sérgio Ronaldo, secretário-geral da entidade.
Versão oficial
De acordo com o Ministério da Economia, o governo pretende “otimizar a alocação da mão de obra por meio da movimentação de servidores”. “Além disso, a proposta do governo é modernizar a administração pública, tornando seus processos tecnologicos”, destaca o órgão, em nota.
Não há previsão de permissão para concursos em 2019. O governo federal poderá conceder novas autorizações, mas em caráter excepcional, por medida de absoluta necessidade da administração e desde que asseguradas as condições orçamentárias. “Os certames que serão realizados ainda este ano foram autorizados em 2018”, frisa o texto.
por SrSIAPE