Manifestação contra o governo reúne 15 mil pessoas em Porto Velho

Polícia Militar diz que não houve ocorrências e que ato seguiu pacífico. Protestos ocorreram também nos municípios de Cacoal e Ariquemes.

Um protesto contra o governo da presidente Dilma Rousseff e a corrupção reuniu milhares de pessoas na tarde deste domingo (15), em Porto Velho.

A concentração começou por volta das 15h (horário local) na Praça das Três Caixas D’Áágua e seguiu até a Estrada de Ferro Madeira Mamoré (EFMM), onde foi encerrada por volta das 18h. Segundo a Polícia Militar, o ato contou com cerca de 15 mil participantes; já os organizadores do evento estimam um público de 10 mil pessoas.

Segundo a organização do evento, o ato foi pacífico e sem fins políticos.

A maioria dos participantes vestia verde e amarelo, usava apitos e carregava faixas e cartazes com críticas ao governo.

Muitos também pintaram o rosto de verde e amarelo. Famílias com filhos e idosos, estudantes, empresários e trabalhadores participaram da manifestação.

Entre os manifestantes estava Samuel Oliveira Souza, de 10 anos, que foi às ruas com a mãe, Débora Macedo. “Se eu não protestar hoje, o que vai ser do meu futuro se ela [Dilma Roussef] continuar onde está?”, questionou o menino, que disse acompanhar política e noticiários.

A mãe do garoto, que é professora em uma escola pública, contou que foi às ruas para protestar pela melhoria da qualidade de ensino no País. “Temos um número muito grande de alunos em sala de aula, no entanto a qualidade é praticamente zero”, avaliou.

Samuel, 10 anos, foi ao protesto com a mãe, Débora Oliveira (Foto: Ísis Capistrano/ G1)

Já o autônomo, Luciano Martins Costa, que carregava dois cartazes de papelão por cima da roupa com diversas colagens de jornais impressos, disse estar descontente com a atual situação política.

Para ele, é preciso reformulação nas leis, já que a população está perdendo a esperança. “A presidente já comprovou que não merece estar à frente do governo. Também precisamos de uma nova eleição no estado de Rondônia”, falou.

No meio do ato, também foi possível encontrar cartazes a favor da intervenção militar, manifestantes de jaleco pedindo atenção para a saúde e críticas ao Judiciário.

Manifestantes se caracterizam para ato (Foto: Ísis Capistrano/ G1)

Para garantir a segurança durante os atos, a Polícia Militar aumentou o efetivo nas ruas de Porto Velho.

Aproximadamente 250 agentes de vários batalhões da capital foram ao protesto a pé, em viaturas ou motocicletas. O patrulhamento ainda contou com o apoio do Núcleo de Operações Aéreas (NOA).

De acordo com o tenente-coronel da PM Ênedy Dias, não houve ocorrências, apenas abordagens de segurança.

Interior
Em Cacoal, além das mil pessoas que percorreram o município, um grupo de 50 motos e 300 carros acompanhou a manifestação. O ato contra a corrupção começou por volta das 15h.

Com faixas, apitos e bandeiras, os manifestantes percorreram debaixo de sol forte cerca de 5 km de vias públicas da cidade. Grande parte da manifestação aconteceu no perímetro urbano da BR-364, que ficou fechada por duas horas. Nenhum incidente foi registrado pela polícia

Ariquemes
No início do ato, às 15h, aproximadamente 300 manifestantes estavam nas ruas. Duas horas depois, o número aumentou para 2 mil, conforme a Guarda Municipal e os organizadores.

Os participantes se concentraram na Praça da Vitória, de onde partiram para uma caminhada pelas principais vias da cidade. O ato foi encerrado no ponto de partida, com shows de bandas regionais e de um cantor cover de Cazuza.

A única ocorrência registrada durante o protesto foi a detenção do ex-prefeito da cidade, ex-senador e atual suplente de deputado federal Ernandes Amorim.

O político estava a cavalo nas ruas e, ao receber ordem dos policiais para descer do animal, não obedeceu a ordem. Por isso, teria cometido o crime de desobediência.

Ernandes foi algemado e conduzido à delegacia, onde encontra-se detido. “Iremos verificar os excessos que possam ter havido, mas nós acreditamos que o Amorim estava com toda a população na avenida, normalmente, quando foi abordado abruptamente pelos policias e conduzido à polícia”, alega a advogada do político, Helma Amorim.

*Colaboraram Mary Porfiro, Eliete Marques e Rogério Aderbal

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