Manaus tem 11,2% da população com anticorpos do novo coronavírus

Para pesquisadores, a Os anticorpos do novo coronavírus estão presentes em 11,2% da população de Manaus, uma das cidades brasileiras mais afetadas pela pandemia de Covid-19. A descoberta foi feita pela Epicovid-19, a primeira pesquisa nacional sobre a doença, coordenada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com o Ibope.

Na semana passada, a Epicovid-19 esteve no noticiário após equipes de pesquisadores terem sido detidas por policiais e impedidas de trabalhar em 40 cidades brasileiras. “As forças de segurança, que deveriam proteger os entrevistadores, foram responsáveis por cenas lamentáveis e ações truculentas”, diz nota da UFPel.

A pesquisa é financiada pelo Ministério da Saúde e vai medir a presença de anticorpos em 133 cidades. Os índices serão atualizados a cada três semanas. Nos próximos dias, a iniciativa vai divulgar os resultados da primeira rodada de medições — devido às prisões e agressões, essa análise inaugural será menor, com informações de aproximadamente cem municípios.

“O índice de 11,2% [encontrado em Manaus] está bem abaixo do necessário para se atingir a chamada ‘imunidade de rebanho' [possível solução para a epidemia], calculado em pelo menos 60% de pessoas com anticorpos”, diz Aluísio Barros, um dos coordenadores do estudo. “Se a cidade voltar a ter uma circulação normal de pessoas, poderá passar por um novo pico da doença”, ele conclui. Na semana passada, uma pesquisa mostrou que 5,2% dos moradores dos seis bairros de São Paulo com maior incidência de Covid-19 tinham os anticorpos para o vírus.

O estudo feito em Manaus coletou amostras de 250 moradores. A cidade tem 951 mortes oficiais pela Covid-19 e 43,5 óbitos a cada 100 mil habitantes, enquanto em São Paulo o mesmo indicador é de 23,3.

Pedro Carvalho

Veja/ São Paulo

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