Fazenda Paraíso foi destruída por invasores que queimaram casas e maquinários. 26 homens e 13 mulheres foram presos em região de conflito agrário.
Justiça manteve a prisão dos 39 suspeitos de participarem da destruição de imóveis e bens da Fazenda Paraíso em Cujubim (RO), no Vale do Jamari, no último domingo (16). A decisão judicial foi tomada na tarde desta quarta-feira (19), durante uma audiência de custódia realizada no Fórum de Ariquemes.
Na decisão, para justificar a conversão da prisão flagrante para prisão preventiva, o juiz afirma que o caso gerou repercussão na comunidade e sensação de insegurança. Além disso, se fundamenta nos boletins de ocorrência e nos depoimentos dos policiais que, segundo o documento, deixam clara a ação criminosa de dano à propriedade particular, roubo e organização criminosa.
Segundo a determinação, os suspeitos invadiram a propriedade e mediante violência física, atearam fogo para destruir residências, veículos, pontes e um barracão com carneiros. Integrantes do grupo ainda atiraram contra as guarnições da polícia.
O documento ainda aponta relatos de pavor das vítimas diante da ação dos supostos integrantes da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), que usaram até mulheres e crianças de colo como escudo humano e com a chegada da Polícia Militar (PM), entraram na mata atirando contra os agentes.
De acordo com o texto, a prisão é “urgente e necessária”, pois caso contrário, haveria uma sensação de impunidade que estimularia novos atos criminosos.
A medida objetiva impedir que os autores das infrações se evadam e se livrem dos efeitos da lei em caso de condenação, já que se denominam “sem rumo” e não têm endereço e profissão definidos.
A invasão
Segundo a PM, na tarde de domingo (16), a fazenda localizada na Linha MC-07 Travessão Atalaia, foi invadida por homens fortemente armados e usando roupas camufladas. As vítimas relataram à polícia que foram agredidas e roubadas na propriedade, durante a invasão e destruição do local.
Por conta da inferioridade numérica, após receberem a informação dos ataques, os policiais da localidade pediram reforço e com o apoio do Grupo de Operações Especiais (GOE), Força Tática e Núcleo de Operações Aéreas (NOA), na segunda (17), foram para o local.
Na estrada haviam pontes danificadas, barreiras com tratores queimados e pregos para impedir o acesso dos policiais.
Ainda conforme a PM, os homens atiraram conta os agentes. Após o posicionamento dos policiais, os suspeitos que atiraram fugiram pela mata deixando para trás roupas camufladas e munições de diversos calibres.
Com a situação dominada, a polícia prendeu e conduziu os suspeitos à Unidade Integrada de Segurança Pública (Unisp). Depois eles foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito e serem encaminhados à casa de detenção de Ariquemes.
Via Diêgo Holanda / G1 Ariquemes