Indígenas de Rondônia denunciam ataque de pistoleiros em aldeia: ‘ameaçaram pessoas, incluindo crianças’

Residências e veículos foram incendiados por sete invasores encapuzados que exigiam a saída dos indígenas do local. Polícia Federal e Polícia Militar estiveram no local, mas ninguém foi preso.

Por Rede Amazônica

Indígenas da etnia Oro Nao denunciaram um ataque violento dentro da Terra Indígena (TI) Igarapé Lage praticado por pistoleiros na noite do domingo (11). Residências e veículos foram incendiados por sete invasores encapuzados que exigiam a saída dos indígenas do local. Ninguém ficou ferido.

Sete indivíduos encapuzados invadiram a aldeia, ameaçando as famílias, incluindo crianças. De acordo com os indígenas, os invasores exigiram que os moradores abandonassem a área demarcada, ameaçando-os de morte caso insistissem em permanecer no local.

Após as ameaças, os criminosos atearam fogo em uma casa e em uma motocicleta, destruindo todos os pertences que estavam dentro. Amedrontados, cerca de 15 indígenas que estavam na aldeia tiveram que fugir às pressas, caminhando por aproximadamente 4 km até uma aldeia vizinha para buscar refúgio e relatar o ocorrido.

Três dos sete agressores foram reconhecidos pelas vítimas que informaram à Polícia Federal sobre o ataque. A Polícia Federal (PF) e a Polícia Militar (PM) estiveram no local, mas ninguém foi preso.

Os moradores da aldeia denunciaram que casos como esse têm se tornado cada vez mais frequentes, dificultando a existência das comunidades indígenas que vivem na região.

“Não podemos mais pescar, caçar ou sequer andar livremente em nossa própria terra. As ameaças são constantes”, relatou um dos indígenas.

A Terra Indígena Igarapé Lage é uma área demarcada e protegida por lei, mas os conflitos pela terra e recursos naturais têm se intensificado, levando a episódios de violência como o ocorrido neste domingo.

“Essa violência não é de hoje, a gente já vem oferecendo denúncias para a Polícia Federal, ao Ministério Público Federal, na própria Funai, mas não tem surtido efeito”, revela.

A Rede Amazônica procurou , PF e Funai, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria. O MPF informou que não recebeu registro do ataque.

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