O Hospital Infantil Cosme e Damião em Porto Velho recebeu o prazo de 30 dias para organizar a transferência de pacientes e reformar a unidade de saúde. Problemas na estrutura da unidade são alvo de denúncias de órgãos de fiscalização.
O prazo foi estabelecido nesta terça-feira (22), durante reunião do Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero) com representantes do Ministério Público de Rondônia (MP-RO), Governo do Estado, Assembleia Legislativa do Estado (ALE-RO) e demais entidades da área da saúde.
Caso a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) não faça a transferência das crianças em 30 dias, o Cremero diz que fará a interdição ética do hospital. Com isso, nenhum médico poderia atuar no local.
O Cosme e Damião atende os 52 municípios de Rondônia, o sul do Amazonas e ainda parte da Bolívia e é responsável por procedimentos de médio e grande porte da pediatria.
A direção da unidade informou à Rede Amazônica que a Sesau já está trabalhando para minimizar os danos no local.
“Está em processo de licitação para a reforma do telhado e a troca de todo o forro do hospital. A gente espera que em menos de 30 dias esse serviço já possa ser iniciado”, disse Sérgio Pereira, diretor do hospital infantil.
Denúncias
Segundo o conselho, a unidade de saúde é responsável por grande parte dos atendimentos das crianças do estado, principalmente dos municípios que não conseguem tratar os pacientes localmente. Por isso, é muito preocupante que irregularidades como: problemas de escala médica, problemas na UTI, na enfermaria e estrutura física continuem existindo.
Foto tirada no hospital infantil Cosme e Damião, em Porto Velho, em fevereiro de 2022 — Foto: Cremero/Reprodução
“Tem ar condicionado no Hospital Cosme e Damião praticamente desabando em cima dos leitos. O descaso que vem acontecendo há vários meses, há muito tempo. E se isso não for resolvido, o Conselho Regional de Medicina vai ter que proceder à internação ética”, disse Ellen Santiago, presidente do Cremero.
De acordo com a presidente do Cremero, o primeiro relatório de fiscalização protocolado notificando sobre os problemas estruturais foi feito há dois anos.
G1 / RO