As casas cobertas com folhas secas de Motacú, um tipo de palmeira, foram rapidamente devastadas pelo fogo na noite de quinta-feira (3). O desespero das 20 famílias que perderam tudo foi refletido em gritos e tentativas de conter as enormes chamas, sem qualquer resultado. Em questão de minutos tudo virou cinzas. Os incêndios florestais na Amazônia boliviana vêm consumindo plantações, casas e florestas nativas. A região mais afetada fica na província de Beni, que faz fronteira com Rondônia.
As queimadas na Bolívia afetam o Brasil porque nas províncias de Beni, Pando e Santa Cruz de La Sierra nascem os principais fluentes do rio Guaporé, que divide os dois países. São essas águas que alimentam também o rio Madeira, importante para a pesca, transporte fluvial e geração de energia elétrica.
O Parque Nacional Noel Kempff, na provínvia de Santa Cruz de la Sierra, onde nascem rios da Bacia Iténez-Guaporé é importante refúgio de espécies que vai da Bolívia ao Brasil. A área protegida está sendo devastada por incêndios criminosos. O lugar é rico em castanha, borracha e outros produtos naturais fonte de renda para famílias bolivianas e berço de águas para os rios brasileiros.
Alguns suspeitos de incendiar as áreas de florestas protegidas foram presos pela polícia boliviana que investiga o caso. No mapa via satélite do monitor do ar IQair mostra a intensidade de queimadas e incêndios florestais principalmente em Beni, fronteira com Rondônia.