Cinco pontos atrás do líder Palmeiras e com uma partida a menos no calendário, o Flamengo ainda dá o direito de a torcida sonhar com o título da Série A do Campeonato Brasileiro. O rubro-negro, porém, não depende apenas de si. A situação exige um aproveitamento praticamento perfeito em pontos, além de tropeços dos rivais diretos, para viabilizar o eneacampeonato nacional. O ideal é protagonizar um sprint final nunca experimentado pelo clube na era de pontos corridos: ganhar os cinco compromissos finais da competição.
O jogo desta quinta-feira (23/11) contra o Bragantino, às 21h30, no Estádio do Maracanã, vai deixar o Flamengo em igualdade no número de jogos com os rivais. Em caso de triunfo contra os paulistas, no duelo atrasado da 30ª rodada, o rubro-negro chegará aos 60 pontos, ocupará o terceiro lugar e pode ficar a três pontos do líder se o Botafogo ganhar do Fortaleza, às 19h, no Castelão, em outro duelo adiado do Brasileirão, ou a dois do Palmeiras, em caso de tropeço do rival carioca. As contas em busca do título, no entanto, abrangem as quatro rodadas seguintes do torneio nacional.
Basicamente, o Flamengo precisa operar com margem de erro zero se quiser terminar o torneio nacional no topo. Ganhar os compromissos seguintes contra América-MG (fora), Atlético-MG (casa), Cuiabá (casa) e São Paulo (fora) é essencial para depender menos de tropeços do líder Palmeiras. O alviverde joga com Fortaleza (fora), América-MG (casa), Fluminense (casa) e Cruzeiro (fora). Na teoria, o alviverde tem caminho de certo conforto para ser campeão brasileiro pela 12ª vez na história.
A pressão de praticamente não deixar pontos pelo caminho é ampliada pelo histórico rubro-negro nos pontos corridos. Desde a temporada 2003, quando o modelo de disputa foi implementado na competição nacional, o Flamengo nunca conseguiu ganhar os últimos cinco compromissos. No entanto, quando chegou mais perto de tal desempenho, foi campeão. Em 2009, quando protagonizaram uma arrancada impressionante até a taça, os cariocas somaram 13 pontos nas vitórias contra Grêmio, Corinthians, Náutico e Atlético-MG e no empate diante do Goiás.
Nos outros anos de título (2019 e 2020), o Flamengo também teve força de chegada. Nas duas ocasiões, ganhou 10 pontos de 15 possíveis. Na temporada 2018, foram 12. Em 2015, somou 11 na reta final do Brasileirão. Essas edições, no entanto, são as exceções. Em todas as outras, o rubro-negro sofreu nos compromissos derradeiros e não passou de nove pontos somados. O pior desempenho foram quatro em 2010 e 2013, quando brigou contra o rebaixamento para a segunda divisão.
Desde a chegada ao Rio de Janeiro, o técnico Tite tratou o Brasileirão como um torneio de passo a passo. Para o treinador, o time precisa pensar um jogo de cada vez. Após o empate com o Fluminense, no último compromisso antes da Data Fifa, o comandante rubro-negro ainda avaliou outros fatores de influência gerados em retas finais de disputas. “Nesse aspecto, o mental é o físico, é o tático e é o técnico-individual. Essa junção de fatores é o que determina o desempenho, excelência superioridade de jogar bem. Isso tudo interfere”, pontuou.
O discurso vendido para fora dos muros do Ninho do Urubu é, primeiro, garantir uma vaga direta na fase de grupos da Libertadores. No entanto, nas características de elenco vencedor e da torcida acostumada a se empolgar em circunstâncias favoráveis, o título continua no horizonte, enquanto houver chances matemáticas. A conta não é fácil, passa pelo desempenho em cada jogo, joga contra o histórico e indica sobrevida apenas com um enfileiramento de vitórias. Para ficar marcado na história, o fim de ano do Flamengo precisa, de fato, ter um sprint final perfeito.
Via Correio Braziliense