Porto Velho, RO – Não bastasse o próprio clima de tensão instaurado logo após a deflagração da rebelião no presídio José Mário Alves desde o último domingo (18), imagens do motim de 2004, que fez o nome do Estado de Rondônia circular de forma negativa no mundo inteiro, estão sendo propagadas pela Internet através das redes sociais e aplicativos como o WhatsApp.
A disseminação desse conteúdo tem feito com que muitas pessoas, principalmente aquelas não familiarizadas com o corrido há mais de uma década, se impressionem e intensifiquem ainda mais a atmosfera de preocupação.
Fotos da rebelião de 2004 se espalharam pelo aplicativo WhatsApp / Foto: reprodução
A sangria desatada promovida aquela época em nada se assemelha com o levante deste ano que, ao menos até a manhã desta terça-feira (20), causou prejuízos físicos, à estrutura da penitenciária, e administrativos, ao Governo do Estado.
Este último, traduzido principalmente na informação publicada na noite de ontem (19) pelo jornal Rondoniaovivo: o noticiário eletrônico destacou que Rodolfo Jacarandá, presidente da Comissão dos Direitos Humanos da OAB/RO, teria confirmado que, durante reunião entre a cúpula da Segurança Pública, com a presença do juiz da Vara de Execuções Penais, do Ministério Público e uma comissão formada por detentos e familiares, fora definida a exoneração imediata do diretor do Urso Branco, Célio Luiz de Lima. A saída de Lima seria a principal reivindicação dos apenados, mas, ainda assim, não há qualquer previsão para o final do levante.
Agentes sem segurança
Nesse ínterim, agentes penitenciários teriam se recusado a obedecer as ordens da direção que, entre outras coisas, exigia que os funcionários públicos trancassem as celas. Houve recusa, pois, segundo eles, o Estado não oferece o mínimo de segurança para que os agentes possam trabalhar. Essa reclamação foi abordada formalmente em documento encaminhado diretamente ao governador do Estado de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB).
Paralisação
Os agentes penitenciários anunciaram paralisação de cinco dias agora há pouco. De acordo com os representantes da categoria, a falta de equipamento é o principal motivo para a perpetração do movimento. Alguns alegam que há coletes à prova de balas com prazo de validade vencido há quatro anos, sem serventia nenhuma atualmente.
Fim da rebelião
Fontes ligadas ao Governo do Estado garantem que a rebelião no presídio já terminou. As mulheres dos presos, que os acompanharam praticamente desde o início, saíram do complexo. De acordo com essas informações, a penitenciária estaria parcialmente destruída. Célio Luiz, o diretor, foi afastado momentaneamente, e não de forma definitiva, como exigiam os presos. O governo deverá promover imediatamente as obras de reestruturação do presídio.
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