Um estudo recente lançado pelo Instituto Vladimir Herzog, “Fronteiras da Informação – Relatório sobre jornalismo e violência na Amazônia”, classifica Rondônia como um dos estados mais perigosos para jornalistas na região amazônica. O relatório, que abrange um período de dez anos, de 2013 a 2023, constatou que, nesse tempo, 230 jornalistas foram alvos de violência na região amazônica e, dos estados analisados, o Pará é o local mais violento para repórteres na Amazônia, contabilizando 89 dos casos registrados nesse período.
Em seguida vem o Amazonas, com 38 casos e em terceiro e quarto lugar estão, respectivamente, Mato Grosso e Rondônia com 31 e 20 casos em cada estado.
A análise dos dados indica uma tendência alarmante de aumento na violência nos últimos anos, com o estado registrando um crescimento significativo. Os números demonstram que enquanto em 2022 houve 45 casos em toda a região, em 2023 esse número diminuiu para 24. Ainda assim, as estatísticas apontam para uma persistência de desafios à segurança dos comunicadores na região.
O relatório também traz à luz casos como o do jornalista Fábio Diniz, que sofreu perseguições após reportar sobre atividades ilícitas envolvendo garimpeiros. “Desde que a reportagem foi ao ar, toda semana tinha uns dois ou três ‘caras’, garimpeiros, querendo falar comigo. Ficaram insistentemente no portão da TV umas três ou quatro semanas”, contou o profissional.
Este e outros episódios reforçam a complexidade do exercício jornalístico na Amazônia, onde profissionais da imprensa enfrentam riscos ao reportar questões sensíveis.
O Instituto Vladimir Herzog ressalta a importância de uma atuação conjunta de entidades governamentais e organizações civis para garantir a segurança dos jornalistas e a manutenção da liberdade de imprensa.