Evan do Carmo: Boa tarde, João Batista Pontes! É um prazer tê-lo conosco. Sua trajetória de vida é inspiradora. Você nasceu no Ceará e, aos 14 anos, chegou a Brasília sozinho em um pau de arara, construindo sua vida com base no estudo, no trabalho e na honestidade. Além de ser geólogo, você também é advogado. Recentemente, você lançou dois livros importantes: Para Jamais Nos Esquecermos e Menino do Sertão. Poderia contar um pouco sobre sua história e como foi a transição para a literatura?
João Batista Pontes: Boa tarde, Evan! É uma honra estar aqui. A minha história começa no sertão cearense, onde nasci e vivi até decidir partir para Brasília aos 14 anos. Fiz essa jornada sozinho, em um pau de arara, buscando oportunidades. Minha família ficou no Ceará por um tempo, depois foi para o Rio de Janeiro, e só mais tarde consegui trazê-los para Brasília. Ao longo dos anos, construí minha carreira em geologia e também me formei em direito. Mas a literatura sempre me acompanhou, principalmente através da poesia. Foi na maturidade que passei a escrever com mais intensidade, inicialmente com poemas e depois com artigos em jornais, nos quais tratei de temas políticos e sociais.
Evan do Carmo: O seu engajamento político ficou claro em Para Jamais Nos Esquecermos, uma obra que reflete sobre o período do governo Bolsonaro. O que o motivou a escrever esse livro e qual a importância dele no atual contexto político?
João Batista Pontes: Esse livro é um testemunho do que vivemos como nação durante o governo Bolsonaro. Ao escrever artigos para jornais, percebi que as questões de corrupção, o ataque à democracia e o aumento das desigualdades precisavam ser documentados de forma mais abrangente. Eu queria garantir que esses fatos não fossem esquecidos, para que as gerações futuras aprendam com nossos erros. Para Jamais Nos Esquecermos é, portanto, um apelo para que o país jamais se esqueça das lutas que travamos para proteger a democracia e a justiça social.
Evan do Carmo: E, além de Para Jamais Nos Esquecermos, você lançou Menino do Sertão, um romance semi-ficcional onde o personagem principal, Jones, narra sua saga desde o sertão até Brasília. Este livro tem um caráter mais pessoal, não é?
João Batista Pontes: Sim, Menino do Sertão é uma obra muito especial para mim. Jones, o protagonista, é inspirado na minha própria história, mas também representa muitos meninos nordestinos que partiram em busca de um futuro melhor. Ele conta sua trajetória desde o Ceará até Brasília, com todas as dificuldades e superações. Além disso, o livro aborda questões como o trabalho na Amazônia e os desafios enfrentados no Norte do país, onde atuei como geólogo. Escrever esse romance foi uma maneira de revisitar o passado e refletir sobre a jornada de tantos nordestinos.
Evan do Carmo: Sua jornada realmente é uma inspiração para muitos. Além de tudo isso, você também lançou poemas em forma de música, disponíveis nas plataformas digitais. Como surgiu a ideia de transformar sua poesia em música e levar sua arte a um público maior?
João Batista Pontes: A poesia sempre fez parte de mim, e a música é uma forma poderosa de amplificar essa arte. Decidi lançar alguns dos meus poemas em formato de música justamente para atingir um público mais amplo. A poesia cantada tem um alcance muito maior e consegue tocar as pessoas de forma mais imediata. É uma maneira de democratizar a poesia e levá-la a lugares onde talvez o livro físico não chegasse tão facilmente. Foi uma experiência enriquecedora e pretendo continuar nesse caminho.
Evan do Carmo: Isso é fascinante, João! Para concluir, que mensagem você gostaria de deixar para seus leitores e para todos aqueles que estão acompanhando sua trajetória?
João Batista Pontes: A mensagem que eu gostaria de deixar é que nunca devemos desistir de lutar pelo que acreditamos. A literatura, assim como a música e a arte em geral, são ferramentas poderosas para promover mudanças. Espero que meus livros e minhas palavras inspirem as pessoas a se engajarem na construção de um país mais justo e democrático. Que cada um de nós faça sua parte, com ética e coragem.
Evan do Carmo: Muito obrigado, João, por compartilhar sua história e reflexões conosco. Desejamos muito sucesso em sua carreira literária e nas suas contribuições para a sociedade.
João Batista Pontes: Eu que agradeço, Evan! Foi um prazer estar aqui.
“ Tantas Despedidas e devaneios” Dois livros do João Batista Pontes que não citamos na entrevista.
Link para o livro
https://clubedeautores.com.br/livro/para-jamais-nos-esquecermos