No esforço para garantir sustentabilidade ao governo após a crise política causada pela delação dos executivos da JBS, o presidente Michel Temer se reúne na manhã desta quarta-feira (24) com a bancada do PMDB no Senado. O encontro estava marcado para as 10h no Palácio do Planalto e começou depois das 10h30.
Dos 22 senadores que o partido tem, 17 estão reunidos com o presidente de acordo com o Planalto. Segundo o Blog da Andréia Sadi, Temer não convidou para o encontro o líder do partido na Casa, Renan Calheiros.
Após reiteradas críticas às reformas encampadas por Temer, o senador alagoano decidiu romper de vez com o presidente e passou a defender sua renúncia. Está prevista a participação de Renan na manifestação que ocorre nesta tarde em Brasília contra as reformas trabalhista e previdenciária, o governo Temer e por eleições diretas.
Veja a lista dos senadores reunidos com Temer:
- Airton Sandoval (SP)
- Dário Berger (SC)
- Edison Lobão (MA)
- Elmano Férrer (PI)
- Eunício Oliveira (CE)
- Garibaldi Alves Filho (RN)
- Hélio José (DF)
- Jader Barbalho (PA)
- João Alberto Souza (MA)
- José Maranhão (PB)
- Marta Suplicy (SP)
- Raimundo Lira (PB)
- Romero Jucá (RR)
- Rose de Freitas (ES)
- Simone Tebet (MS)
- Valdir Raupp (RO)
- Waldemir Moka (MS)
O senador José Maranhão foi o último a chegar, quando a reunião já havia começado. Também participa o ministro Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo). Eliseu Padilha (Casa Civil) esteve no Planalto durante a reunião, mas saiu em seguida.
Dissidência
Segundo a TV Globo, Renan teria participado na noite desta terça-feira (23) de uma reunião com senadores da oposição e dissidentes do PMDB na casa da senadora Katia Abreu (PMDB-TO). Também foram convidados os senadores Paulo Paim (PT-RS), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Paulo Rocha (PT-PA).
No mesmo horário, Temer recebia deputados da base aliada na última agenda do dia. O encontro se deu após um dia tumultuado no Congresso. Entre manifestações da oposição e discussões que quase levaram parlamentares às vias de fato, o governo conseguiu mais tempo para tentar reorganizar a base.
Na Câmara, o adiamento do relatório favorável à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) das eleições diretas em caso de vacância da Presidência da República foi, para o Planalto, um sinal de que a fidelidade do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ao governo ainda é capaz de garantir alguns momentos de alívio.
G1
Por Gustavo Aguiar, G1, Brasília